A diversidade nas formas e acabamentos que remetem à tradição cultural e alimentar da cerâmica do litoral paranaense será exibida no Hall da Secretaria de Estado da Cultura, a partir de sexta (31), na mostra Cerâmica cabocla do litoral do Paraná, que permanece até 11 de novembro. A exposição apresenta 38 peças diferentes, na sua maior parte com função utilitária como gamelas, moringas, jarros e panelas de diferentes tamanhos.
Difundida na produção de frigideiras e panelas, a "Cerâmica Cabocla" se assemelha à cerâmica Tupiguarani, principalmente no que se refere ao acabamento. A criação, o fazer cerâmico, era sempre condicionada às fases da lua, que têm influência sobre a argila reconhecida pela grande maioria dos ceramistas populares.
Com forte ligação à tradição alimentar, a cerâmica cabocla do litoral do Paraná produziu utilitários como moringas (garrafões), bilhas (vasilhas) e potes que serviam para guardar água, panelas de uma ou duas asas para cozinhar feijão, arroz, milho, frigideira para o peixe, torradeira para o café e cuscuzeiro casado com a panela para ferver água.
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A "Cerâmica Cabocla no Litoral do Paraná" vem de lugares como Morretes, onde o nome de destaque é o de "Seo" Manoel de Souza, ceramista localizado na beira da estrada, com produção de potes e vasos. Em Antonina, os principais nomes da cerâmica são Dona Dolores, "Seo" Cláudio Costa e Dona Iza Maria Azim.
O principal nicho da cerâmica cabocla na década de 60 se situava em Medeiros, na baia das Laranjeiras, município de Guaraqueçaba. Desta localidade surgiram nomes das artesãs Dona Maria Gonçalves e Dona Senhorinha Romão da Costa. Esta última, considerada já na época, "chefe", em função da grande quantidade de louça produzida e da tradição de quatro gerações no fabrico de cerâmica. Hoje, Senhorinha é referência de informação e pesquisa em cerâmica no sul do país.
Serviço:
Mostra Cerâmica cabocla do litoral do Paraná
Quando: de 31 de outubro a 11 de novembro
Horário: de segunda a sexta das 9h às 18h
Local: Hall da Secretaria de Estado da Cultura (Rua Ébano Pereira, 240 – Centro)
Entrada franca