Erich Salomon e Barbara Klemm são dois fotojornalistas que possuem fundamental importância para a cultura alemã. O primeiro retratou de forma ímpar grandes acontecimentos políticos nas décadas de 1920 e 1930 e é considerado o pai do fotojornalismo político moderno. Já Barbara capturou momentos históricos focando o lado social e psicológico das personagens.
Cerca de 100 fotografias da dupla estão reunidas na exposição "Zeitsprung - Salto no Tempo", que será aberta ao público no dia 1º de dezembro na Casa Andrade Muricy, às 17 horas, com a presença de Barbara Klemm.
Curitiba é a única cidade do Brasil a receber a mostra, que acaba de ser exposta em Quito (Equador). Após o término da exposição, dia 11 de março de 2012, ela segue para La Paz (Bolívia). No dia 2 de dezembro, às 15 horas, também na Casa Andrade Muricy, Barbara ministra palestra sobre seu trabalho como fotojornalista, com tradução simultânea. A entrada é gratuita.
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Erich Salomon trabalhou com câmeras escondidas a fim de fotografar "contemporâneos famosos em momentos desprevenidos" – como o título de seu livro. Seus métodos anteciparam o trabalho dos atuais paparazzi, mas sem apelo sensacionalista. As imagens mostram o hábito da elite política e social da época e as negociações diárias do trabalho.
Como repórter, Salomon investigou para os leitores de jornais o, até então desconhecido, mundo do trabalho parlamentar. Sua destacada posição proporcionou-lhe o acesso aos mais altos círculos do poder e aos salões de estrelas de filme, música, literatura e arte. O fim dessa cultura, que se manifestou com a presença dos nazistas no parlamento de Berlim, a partir de 30 de outubro de 1930, influenciou também o mundo visual do fotógrafo. Em 1932 ele fotografou a única reportagem sociopolítica de sua obra, intitulada "Os Prisioneiros da Crise Mundial". Foi uma espécie de pressentimento sombrio em relação ao futuro. Ele morreu no campo de concentração de Auschwitz em 1944.
Muitas fotografias de Barbara Klemm consolidaram-se como parte integrante da memória visual coletiva dos alemães. Ela também trabalhou com o método da imagem espontânea, mas sem utilizar câmeras escondidas. Sua discreta atuação durante o trabalho possibilita às pessoas fotografadas continuar as atividades sem se incomodar com sua presença. Um equipamento fotográfico pequeno e leve, que não deixava transparecer interesses profissionais, facilitou seu acesso a acontecimentos significativos.
Com frequência Barbara ficava à margem de um evento, tirando fotos um pouco antes ou depois do seu ponto alto. Assim, sempre conseguia transmitir imagens profundas dos acontecimentos. Suas fotografias são totalmente diferentes daquilo que se chamaria de instantâneo. Barbara evita qualquer efeito. A perfeição de suas composições só se faz perceber em um segundo olhar.
Barbara Klemm e Erich Salomon consideram a si próprios jornalistas, e não artistas. O fato de hoje em dia serem compreendidos como artistas deve-se à lógica de suas imagens. Na exposição "Zeitsprung - Salto do Tempo" as fotos são exemplos de destaque do fotojornalismo alemão. Ambos produziram, como jornalistas, documentos históricos únicos e, como artistas, imagens fortes e de intensidade.
A exposição é realizada pelo Instituto de Relações Culturais com o Exterior (IFA), com parceria do Goethe Institut e da Casa Andrade Muricy, unidade da Secretaria de Estado da Cultura.
Serviço:
Exposição "Zeitsprung - Salto no Tempo", com fotos de Barbara Klemm e Erich Salomon.
Abertura: 1º de dezembro, às 17 horas.
Período expositivo: até 11 de março de 2012.
Palestra com Barbara Klemm: 2 de dezembro, às 15 horas.
Local: Casa Andrade Muricy (Alameda Dr. Muricy, 915. Centro. Curitiba/PR).
Entrada gratuita.
Informações: (41) 3321 4798 ou 3321 4786.
(com assessoria de imprensa da Secretaria de Cultura do Paraná)