Associações espanholas de defesa dos direitos dos homossexuais lançaram um calendário com imagens baseadas em conhecidas obras de arte sacra, especialmente aparições da Virgem Maria, mas interpretadas por transexuais.
No chamado Calendário Laico, cada mês está representado por uma livre interpretação de cenas famosas do imaginário católico, como a de Nossa Senhora de Fátima diante dos três pastores. Mas redecorada com a estética gay.
As imagens mostram santas em versões drag queen, usando mantos, coroas, colares, braceletes, tendo preservativos coloridos como aplique e até vibradores no alto das coroas.
Leia mais:
Valor de obra de Tarsila do Amaral que teve autoria questionada quase triplica e vai a R$ 60 milhões
Turma da Mônica coloca Cascão na água por campanha pelo Rio Grande do Sul
Laboratório de Teatro em Grupo do Núcleo Ás de Paus de Londrina abre inscrições
STF abre mostra nesta terça sobre reconstrução após 8 de janeiro
Depois do sucesso de uma experiência-piloto - com 500 cópias esgotadas na parada do orgulho gay, em junho -, o calendário laico começa a circular em Madri nesta semana com tiragem de 10 mil exemplares.
Para o Coletivo de Gays, Lésbicas, Transexuais e Bissexuais de Madri (Cogam), autores do polêmico calendário, a publicação tem como objetivo reivindicar que, em um país laico, os feriados santos sejam substituídos por eventos sociais.
O grupo sugere, por exemplo, que 25 de dezembro seja declarado oficialmente o dia da democracia em lugar do Natal.
"E porque não?", questionou o presidente do Cogam, Miguel Ángel González, em entrevista à BBC Brasil.
"Talvez muita gente prefira comemorar coisas com as que se sente mais identificada, como o dia do meio ambiente ou dia da diversidade."