A avenida Duque de Caxias é uma importante rua comercial desde a fundação de Londrina, há 87 anos. Para preservar a memória e história da via, dois documentos foram criados: Inventário Arquitetônico e Roteiro Histórico Cultural. Elaborado por professores e estudantes do CTU (Centro de Tecnologia e Urbanismo) da UEL (Universidade Estadual de Londrina), o material foi entregue nesta quarta-feira (15) à secretaria Municipal de Cultura, da Prefeitura de Londrina.
O inventário traz a catalogação de 20 quadras da Duque de Caxias e o
registro histórico de 120 lotes e edificações. São cerca de 2.500
páginas de documentação histórica, cujo resultado é um extenso documento
do trecho da Avenida inserido no Plano Urbano de 1932, entre a Rua
Benjamin Constant e a avenida Juscelino Kubitschek.
Foram impressos dez catálogos sobre os prédios arquitetônicos da Duque
de Caxias, que contemplam em cada volume duas quadras. Outro inventário
sobre a localidade, de apenas um volume, é histórico-arquitetônico e
reúne, por exemplo, desde a planta azul da cidade, as variações do nome
da via – que somente em 1979 passou a chamar Duque de Caxias – até o
nome dos construtores de edificações e suas nacionalidades.
Leia mais:
Escola municipal de Cambé terá videomonitoramento e reconhecimento facial
Universidade de Maringá lidera ranking de produção científica feminina no Brasil
Candidato será avisado por e-mail sobre sua situação no CNU
Resultado final do CNU será divulgado em 11 de fevereiro
Já o Roteiro Histórico Cultural tem 3 mil unidades impressas, que serão utilizadas para visitas guiadas à Avenida Duque de Caxias, em parceria com o Sesc Cadeião, possibilitando que toda a população possa conhecer a história da rua. “Esse material é relevante para a Universidade e para Londrina. Entregamos um importante documento para a preservação da cidade”, afirma Eloisa Ribeiro.
Também foi entregue para a Secretaria de Cultura o material em formato digital para ser disponibilizado no Siglon (Sistema de Informação Geográfica de Londrina).
Para Solange Batigliana, diretora de Patrimônio Histórico da Secretaria, apoiar projetos como este, por meio do fomento, é garantir a preservação da história. “É um serviço de registro de memória. Esse tipo de trabalho faz com que as pessoas possam olhar o lugar que vivem de maneira diferente. Ganha significado, porque conta a história e a memória”, afirma Solange.
Para ela, isso fica ainda mais evidente ao colocar todos os materiais na plataforma para tornar acessível e disponível à população.
Pesquisa e fomento
O levantamento, que durou cinco anos, é resultado de projeto de pesquisa “A paisagem da rua comercial em Londrina: transformações e permanências”, coordenado pela professora Eloisa Ramos Ribeiro, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, do CTU, e da extensão realizada dentro do projeto “Escritório Modelo OCAS”, coordenado pelo professor Antônio Carlos Zani, do mesmo Departamento.
Nos últimos dois anos, o projeto foi submetido ao Promic (Programa Municipal
de Incentivo Cultural), como proposta “Avenida Duque de Caxias:
um patrimônio histórico entre permanências e transformações” e
contemplado com R$ 40 mil.
O recurso foi utilizado para bolsas de 14 estudantes, de pesquisadores e para impressão dos materiais. A proposta envolve quatro ex-alunas do curso de Arquitetura e Urbanismo da UEL, Camila Silva de Oliveira, Elisa Roberta Zanon, Priscila Henning e Ana Claudia de Souza Santos, além da professora Eloisa Rodrigues.
Devido à pandemia da Covid-19, a ideia inicial que propunha exposição
itinerante de painéis e fotos, nos shoppings e no aeroporto, precisou
ser adaptada. Com isso, houve uma reestruturação e maior investimento no
roteiro guiado e ainda a elaboração de um e-book sobre a trajetória de
todo trabalho feito, que será publicado em 2022. Ainda estão previstas
para fevereiro duas palestras, uma no Museu Histórico de Londrina e
outra no Sesc Cadeião, visando capacitar agentes para a realização da
visita com a comunidade.