A Universidade Estadual de Londrina formalizou um novo Acordo de Cooperação Internacional com a Universidade de Oxford (Inglaterra), voltado ao intercâmbio de estudantes da área médica e aperfeiçoamento de uma plataforma que auxilia no diagnóstico de saúde mental.
O protocolo entre as instituições prevê o desenvolvimento de atividades pelo período de cinco anos, envolvendo docentes da área de Psiquiatria da UEL e da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) com a equipe do professor italiano Andrea Cipriani, de Oxford, referência internacional em análises sobre a eficiência dos antidepressivos.
A formalização do acordo foi conduzida pela ARI (Assessoria de Relações Internacionais). O trabalho dos pesquisadores conta com o apoio da Fundação Araucária e do Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina), da Prefeitura de Londrina.
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O médico psiquiatra e docente do curso de Medicina da UEL Marcos Liboni integra o grupo de pesquisa. Ele destaca que o trabalho do professor Andrea Cipriani consiste na elaboração de um estudo científico que busca produzir dados que alimentarão uma plataforma que auxilia no diagnóstico de saúde mental, a chamada “Petrushka”.
Utilizando a IA (Inteligência Artificial), a plataforma é capaz de processar e analisar grandes conjuntos de dados (Big Data) oriundos de pacientes do mundo todo. O principal objetivo, ressalta Liboni, é auxiliar médicos psiquiatras e pacientes a escolherem os medicamentos mais adequados para o tratamento da depressão.
“É uma forma de promover uma abordagem mais participativa dos pacientes, seguindo preferências em relação aos efeitos colaterais. Também é um caminho interessante para chegarmos em marcadores biológicos que vão auxiliar na predição de respostas. Em um segundo passo, desejamos obter os preditores e, em um terceiro nível, a pesquisa deseja descobrir os fatores genéticos da doença”, explica.
sSAinda de acordo com ele, o acordo internacional prevê a realização de estudos clínicos em Londrina, recebendo adultos e idosos que possuem um quadro depressivo. “São pessoas que ainda não iniciaram o tratamento e ou já iniciaram, mas estão dispostas a participar do estudo. Porque será um estudo pragmático, ou seja, de uma forma que é mais próxima possível do trabalho na clínica”, conclui.
Ainda estão envolvidos nas pesquisas o também médico psiquiatra e professor da UEL Diego Augusto Nesi Cavichioli e a dentista, doutora em Farmacologia e docente da PUC-PR Karen Fernandes, atual coordenadora do Núcleo de Apoio ao Pesquisador da AML (Associação Médica de Londrina).
REFERÊNCIA
Docente do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Oxford, Cipriani esteve em Londrina nesta semana para a assinatura do acordo. Ele também ministrou na sede da Associação Médica de Londrina a palestra “Psiquiatria de precisão e a individualização de tratamento em saúde mental”.
Cipriani é professor e pesquisador no NIHR (National Institute for Health and Care Research) e também acumula as atividades de diretor em um hospital ligado à instituição e de editor-chefe de uma revista científica.
Ele atua há muitos anos com análises sobre a eficácia de antidepressivos, tendo liderado testes clínicos e pesquisas divulgadas nas principais publicações científicas sobre medicina do mundo, como a revista The Lancet – uma das mais antigas revistas de Medicina do mundo, fundada em 1823, no Reino Unido.