Professores da UEL (Universidade Estadual de Londrina) apresentam, em Brasília, o bioinseticida desenvolvido por pesquisadores da instituição, com financiamento por órgãos federais. A reunião será com representantes do Ministério da Saúde, do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
O projeto que desenvolveu o inseticida é realizado em várias instituições do estado e o coordenador local, pela UEL, é o professor João Zequi, do Departamento de Biologia Animal e Vegetal, do CCB (Centro de Ciências Biológicas). Trata-se do projeto "Inovação em produtos de controle e repelência do vetor e no monitoramento de arbovírus".
O bioinseticida desenvolvido na UEL é apresentado em duas formulações - comprimido e pó - e serve para controle do mosquito Aedes aegypti, que além de ser vetor para a dengue, transmite os agentes que causam a febre zika e a chikungunya. "Pretendemos fazer o registro na Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] para que seja colocado à disposição da população a baixo custo", afirma Zequi que viaja para Brasília, nesta terça-feira (29), acompanhado da professora Gislayne Trindade Vilas Bôas, também do CCB.
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Conforme Zequi, o produto é fabricado de forma artesanal e quase todas as fases são desenvolvidas dentro da UEL. Somente a última etapa - estabilização do produto em comprimido - é realizada em Curitiba, pelo professor Francisco de Assis Marques, da UFPR (Universidade Federal do Paraná).
Conforme João Zequi, o bioinseticida pode ser usado em reservatórios de água com difícil acesso, que impede a eliminação de larvas do mosquito Aedes. "Mesmo que seja em caixa d'água para consumo humano. O bioinseticida usa materiais inertes a partir de produtos naturais, conforme recomendações da OMS [Organização Mundial de Saúde]", destaca Zequi.
A produção artesanal do bioinseticida da UEL atende as prefeituras e empresas que mantêm com a UEL, contratos de prestação de serviços. Entre as prefeituras atendidas estão as dos municípios paulistas de Adamantina, Tupã e Ourinhos. O produto desenvolvido na UEL é usado em lagoas de tratamento de efluentes. "O preconizado é que o controle e um bom monitoramento sejam feitos a cada três meses onde a larva se reproduz, porque aponta para a infestação do mosquito", diz João Zequi.