São seis em cada dez brasileiros que não se preparam para a aposentadoria, de acordo com uma pesquisa da CNDL/SPC Brasil (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e o Banco Central. Os dados trazem também que 75% dos jovens da Geração Z não se preparam para essa época da vida.
De acordo com o coordenador do curso de Administração da Universidade Pitágoras Unopar, Gabriel Quirino, são muitos motivos do porquê o jovem não se previne. "Atualmente muitos jovens estão ganhando muito dinheiro, cedo demais, e não pensam no amanhã, pensam que sempre vão ter as mesmas oportunidades, e sabemos que não é bem assim. Essa falta de planejamento é preocupante e retrata da falta da educação financeira nas escolas”, pontua. Ele acrescenta que ao falar de previdência o assunto se torna ainda mais complexo. "Temos uma geração que o importante é ostentar, mas que não pensa em poupar e isso é preocupante, pois teremos uma geração que poderá ficar em situações de vulnerabilidade com relação à moradia, auxílio médico, alimentação etc., pela falta de planejamento”, sinaliza o especialista.
Existem algumas dicas que o jovem pode levar em consideração, se já tem uma renda própria fixa, para começar os investimentos. "Hoje temos nos bancos ótimos investimentos. Um exemplo simples é a previdência privada que com pouco investimento mensal você pode ter um bom retorno mensal depois de 30 anos de contribuição. Busque uma instituição financeira confiável e converse com um gerente para juntos traçarem o perfil de investidor, por exemplo, se é um investidor conservador, moderado ou entusiasta. Enfim, para que possa ser indicado quais são os melhores produtos para investir, entendendo o tempo para esse retorno acontecer, como: curto, médio ou longo prazo”, detalha.
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O especialista em administração faz uma observação para se ter uma boa noção de como funciona o exercício de deixar o dinheiro parado. "A poupança é um bom exemplo para trabalhar com dinheiro parado. Basta colocar uma quantidade de dinheiro e estipular um determinado tempo para que você possa mexer nessa quantia, com esse exercício você observará que para um investimento financeiro, é necessário também um investimento e organizar os gastos familiar ou pessoal”, pontua.
Organize seus gastos - A primeira ação a ser tomada é ter consciência das receitas e gastos mensais. Ter atenção, se os gastos estão dentro do orçamento, ou se por acaso, são maiores. "O ponto inicial é colocar sua vida financeira no papel, faça uma planilha básica com duas colunas. Na primeira coluna coloque o que você recebe, e na outra coluna descreva as suas contas, coloque até o bombom que você compra. Essa visão vai demostrar o quanto os seus recebimentos estão comprometidos, e aí você precisa começar a entender o que de fato é importante, e o que pode eliminar”, explica.
Invista na carreira - Investir na carreira e educação é algo que, a longo prazo, vai te trazer mais benefícios e, consequentemente, mais conforto financeiro. Um custo que não é gasto, é investimento, mas lembre-se que ele precisa caber no seu bolso hoje, nada que possa ultrapassar o orçamento.
Objetivos financeiros - Ter objetivos claros e reais é uma atividade importante para a organização das finanças, isso faz com que o jovem enxergue onde está, para onde vai e o caminho que irá caminhar. "A Educação Financeira é saber que não pode gastar mais do que ganha. É priorizar os gastos, repensar seu lazer, comer mais em casa ou fazer sua comida e meios de transporte, são gastos que no final do mês podem se transformar no vilão para suas finanças”, aconselha.
Escolha o melhor investimento - O mercado oferece vários tipos de investimentos, principalmente relacionados à previdência privada. Segundo o especialista, os mais conhecidos estão: VGBL e PGBL. O primeiro, VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livre), é classificado como seguro de pessoa, enquanto o segundo, PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), é um plano de previdência complementar. A principal diferença entre os dois reside no tratamento tributário.
"Conhecer o seu perfil de investidor é o passo inicial, saber o que de fato quer. Às vezes, o investimento de baixo risco tem um retorno com 3 a 5 anos. Se a pessoa, de repente, empregar todo o seu capital nesse investimento, porque esse pode ser o único capital que ele tenha, aí o tempo de retorno pode não ser interessante. Por isso, busque uma ajuda especializada em instituições confiáveis e trace o seu perfil. Não invista no que dá mais lucro, mas sim no mais confortável. Lembre-se que esse investimento é para a vida”, pontua.