A Upes (União Paranaense dos Estudantes Secundaristas) fez uma denúncia de que computadores de escolas públicas da rede estadual do Paraná não teriam proteção de rede para menores de idade. Assim, os alunos conseguiriam acessar conteúdos como pornografia, sites de apostas e salas de bate-papo para encontros sexuais.
Os relatos foram feitos à Upes, sob condição de anonimato, por professores, técnicos e estudantes da rede estadual de ensino.
A presidente da organização, Mariana Chagas, diz que a situação é preocupante e que também acirra "a polarização dentro da escola", pois permite que os alunos acessem portais que veiculam notícias falsas.
Procurada, a Secretaria estadual de Educação afirma que todos os colégios têm filtro de conteúdo, mas que 297 escolas da rede pública -o equivalente a 14% do total- ainda não estão ligadas à internet do estado, administrada pela empresa pública de telecomunicações.
De acordo com a pasta, a maioria dessas instituições está na zona rural e por isso contrata uma rede de provedores locais privados, cuja "eficiência desse filtro [de controle] é pequena".
A secretaria diz ainda que investiu cerca de R$ 6 milhões em equipamentos, protocolos digitais, treinamento de pessoal técnico, instalação e suporte.
A expectativa é que, até o fim deste ano, a tecnologia seja implementada em todas as escolas para bloquear conteúdo impróprio não apenas via rede, mas também nos computadores dos colégios e nos celulares dos alunos conectados à internet.
"Por fim, a secretaria gostaria de agradecer à Upes pela preocupação com as imagens acessadas pelos alunos e reforça que a entidade sempre teve as portas abertas na secretaria para trazer questões como essa", finaliza a nota.