“Eu gostei desse boneco porque ele lembra meu irmão”. “Essa daqui tem a pele igual à da minha tia”. “O cabelo dela é parecido com o da professora”. O encanto dos alunos do 3º ano da Escola Municipal Noêmia Alaver Garcia Malanga (zona oeste de Londrina) pelos bonecos e bonecas “Zuri” é a realização de um grande desejo da bonequeira Luciane dos Santos.
A marca criada por ela, que é formada em ciências sociais na UEL (Universidade Estadual de Londrina) e especialista em História Afro-Brasileira, surgiu da necessidade de falar sobre violação de direitos, racismo estrutural e outras violências para um público que ainda está descobrindo sobre o próprio corpo, as relações raciais, o respeito e a diversidade.
Santos tem frequentado as salas de aula de escolas municipais para apresentar seus bonecos, contar um pouco sobre sua história de vida e, o mais importante, segundo ela, “para escutar o que as crianças têm a dizer e querem saber.
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Em cada escola, escuto relatos sobre o corpo, a cor da pele e o cabelo. Isso significa que ainda há uma necessidade de falar sobre representatividade. O racismo é muito presente na vida dos pequeninos e poder abordar essa questão através das bonecas é uma forma de eu me aproximar deles de uma forma natural, orgânica”, afirma.
A presença de Santos na Escola Municipal Noêmia Malanga nesta manhã de terça-feira (25) foi intermediada pela professora Vilma Maria Rodrigues Chofard, que, assim como os demais professores da rede municipal, estão trabalhando com um material de sequência didática distribuído pela secretaria municipal de Educação.
O material pode ser adaptado pelos professores de acordo com cada realidade escolar e a história de Santos, contada pela FOLHA em dezembro de 2020, é um dos conteúdos apresentados.