A Universidade de São Paulo (USP) estendeu ontem a proibição de festas com venda e consumo de bebida alcoólica nas unidades do quadrilátero da Saúde, que inclui a Escola de Medicina, e na Faculdade de Direito. Em agosto do ano passado, a determinação havia sido aprovada para a Cidade Universitária, no Butantã.
A orientação foi publicada no Diário Oficial do Estado com as regras e os protocolos a serem seguidos para a realização de eventos, que só poderão ocorrer nas unidades se tiverem "compatibilidade com a vida universitária" e possibilitarem a realização das atividades acadêmicas "sem prejuízo de suas atividades de ensino, pesquisa, cultura e extensão".
José Rogério Tucci, diretor da Faculdade de Direito, no centro, disse que a determinação deve ter pouco impacto na unidade, uma vez que no local não são realizados eventos, por ser um prédio tombado. "A medida não tem efeito para o Centro Acadêmico que é considerado um espaço autônomo à faculdade, com acesso independente."
Segundo Tucci, a proibição foi estendida por preocupação com trotes e festas na Faculdade de Medicina, que teve seis casos de estupro denunciados na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Trote, instalada na Assembleia Legislativa de São Paulo para apurar abusos em instituições de ensino. "A preocupação maior era com a Medicina, pelos fatos precedentes. Naturalmente, há uma preocupação dos diretores."
Irregular
Mesmo após a proibição de eventos não autorizados na Cidade Universitária, uma festa irregular em dezembro terminou com um médico e ex-aluno da universidade agredido e morto. Na quinta-feira, 21, foi preso um terceiro suspeito de envolvimento na morte de Benício Orlando Saraiva Filho Leão, de 39 anos. Ele foi agredido com uma pedra ao sair da festa. Imagens de câmeras de segurança capturaram o momento da agressão.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.