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Educar na era digital

Ensinar hoje: o desafio de formar mentes em tempos digitais

Aline Machado Parodi Especial para FOLHA
15 out 2025 às 15:25

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Foto: mapo/getty images
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Com a rápida ascensão das novas tecnologias e da IA (inteligência artificial), o ambiente escolar tem passado por profundas transformações. Hoje, professores se veem diante de plataformas, aplicativos, assistentes virtuais e demandas digitais que transformaram não apenas o jeito de ensinar, mas também a própria rotina docente.


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“Foi a pandemia o divisor de águas”, afirma o professor Luciano Humberto Verdicchio, diretor do Sinpro (Sindicato dos Profissionais das Escolas Particulares de Londrina e Norte do Paraná).


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O professor relata que fazia uso frequente dos celulares dos próprios alunos para promover atividades de fixação de conteúdo. “Eu usava o celular para fazer com que eles participassem. Pedir para pesquisar, comparar fontes, ver onde estão buscando informação”, conta.


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Depois que entrou em vigor a legislação que proibiu o uso de celulares em sala de aula, o professor reduziu o uso das tecnologias. “Fiquei muito mais tímido no uso dessas tecnologias. Antes eu usava até IA com eles, a gente criava prompts, investigava respostas, comparava”, explica.


O professor afirma que a IA tem um potencial transformador no ensino. “Na minha disciplina, ela ajuda no levantamento de dados, fixação e reforço de conteúdo”, diz. Ele cita o uso da inteligência artificial para criar miniaulas a partir do conteúdo das apostilas, como uma forma de exercitar o pensamento crítico dos estudantes.

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Uma pesquisa realizada pelo Instituto Significare, em parceria com a UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), revelou que o domínio da tecnologia ainda é limitado entre os educadores. Cerca de 69,4% dos participantes declararam ter apenas um conhecimento inicial sobre IA. Apenas 17,8% possuem domínio avançado e 1,9% se consideram especialistas.


Desafios e obstáculos no uso da tecnologia

Mais da metade dos professores (50,8%), segundo a pesquisa, nunca participou de um curso sobre IA na educação, embora tenham interesse. Apenas 25,2% já participaram de mais de uma formação, e 23,6% de apenas uma.

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O Sinpro vem trabalhando para oferecer formação continuada para os associados. Recentemente, foi apresentada em várias escolas a palestra "Gerações, Inteligência Artificial e Educação", ministrada pelo professor Valdecir Veloso.


A pesquisa apontou que para aprimorar o uso da tecnologia é necessário acesso a plataformas e materiais online (79,8%), oferta de cursos adaptados ao nível de conhecimento de cada profissional (72,5%) e sugestões de formações com base na trajetória profissional (65,5%). Os entrevistados apontaram que os obstáculos à integração da IA estão falta de capacitação (43,4%), equipamentos e internet confiáveis (43%), ausência de suporte técnico (41,9%), tempo para aprender novas tecnologias (34,5%).

Carga de trabalho

A integração da tecnologia no cotidiano escolar, embora promissora, não veio sem custos. Segundo o diretor do Sinpro, a pandemia exigiu um esforço extra dos docentes. Mesmo com o retorno ao ensino presencial, boa parte das ferramentas digitais permaneceu como exigência. “As escolas querem que a gente continue usando. Mas esquecem que isso demanda tempo de preparo, de teste, de adaptação. E esse tempo não entra na nossa jornada de trabalho”, aponta.

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Ele também destaca a intensificação do trabalho fora da sala de aula: “Hoje, preparar uma aula com tecnologia exige mais que boa vontade. Não é só jogar três perguntas no quadro. É criar layout, pensar tempo, testar a ferramenta. E se ela falha? Precisa de plano B, senão você perde a aula”.


Respeito às limitações

Para o professor, o uso da tecnologia na educação é, sim, um caminho sem volta, mas que exige responsabilidade, formação adequada e respeito às limitações do tempo e das condições de trabalho do docente.

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Para o professor Sérgio Cavalheiro, diretor do Sinpro Londrina, o uso de ferramentas digitais exige cautela, preparo e apoio institucional. Segundo ele, o uso da tecnologia pode enriquecer o ensino com metodologias ativas, conteúdos interativos, plataformas educacionais e personalização da aprendizagem.


No entanto, também traz novas exigências, como o planejamento mais detalhado de aulas, a necessidade de domínio de diferentes plataformas e o aumento do trabalho fora da sala de aula, algo que, segundo o professor, nem sempre é reconhecido ou compensado.


“Você planeja uma aula com uso de recurso digital, e aí a plataforma sai do ar, a conexão falha. Tem que ter um plano B sempre. Isso impacta diretamente na carga de trabalho do professor, que cresceu muito nos últimos anos”, relatou Cavalheiro.

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O professor lembrou que embora haja iniciativas de formação continuada oferecidas por editoras, instituições e plataformas, o ritmo das inovações tecnológicas é mais rápido do que o tempo da formação. “A gente está sempre correndo atrás”, disse.


Ele reforçou a necessidade de equilíbrio entre o uso da tecnologia e a valorização do trabalho humano. No Dia do Professor, Cavalheiro avalia que ainda há mais a reivindicar do que a comemorar. Ele fala dos salários defasados, a sobrecarga de trabalho e a falta de reconhecimento. “Hoje, o professor precisa trabalhar mais para manter um padrão de vida básico. Isso interfere na qualidade do que é entregue na sala de aula.”

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