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Descoberta científica

Como eclipse solar visto do Brasil ajudou a confirmar teoria de Einstein

Folhapress
05 abr 2024 às 21:00

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- Gedal
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A Nasa deve aproveitar o eclipse solar total, na próxima segunda-feira (8), para conduzir estudos científicos que não seriam possíveis não fosse a Lua bloqueando a luz solar. 

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Um dos experimentos mais importantes da história, realizado em Sobral, no Ceará, e na ilha do Príncipe, na África, também se deu graças a um fenômeno desse tipo.

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O experimento, feito em 1919, possibilitou a confirmação de que a gravidade consegue curvar a trajetória da luz na medida que se previa na teoria da relatividade geral, de Albert Einstein.

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Mas não só isso. O experimento -em parte em terras brasileiras- mostrou que o físico alemão estava certo em relação ao desvio da luz previsto.


"Os resultados das expedições a Sobral e a Príncipe podem deixar poucas dúvidas de que a deflexão da luz acontece nas redondezas do Sol e que é pela quantidade demandada pela teoria da relatividade generalizada de Einstein, atribuída ao campo gravitacional do Sol", disse a Royal Society, em Londres, em 6 de novembro de 1919, o time liderado por Arthur Eddington e Frank Dyson.

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Se agora pode parecer algo que já caiu no conhecimento geral, na época se tinha como incerto o que seria encontrado no experimento e havia desconfiança entre físicos sobre as conclusões de Einstein.


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O QUE O ECLIPSE TEM A VER COM EINSTEIN?

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A questão começa com a descoberta de que a luz tem sempre a mesma velocidade no vácuo: 300 mil km/s. Segundo Einstein, a única explicação para isso é se a sua velocidade influenciar a forma como você percebe o mundo, encurtando o espaço e alongando o tempo com relação a observadores. Aí estava, em 1905, a teoria da relatividade especial.


Einstein, em seguida, percebeu que acelerar é o mesmo que estar sob influência de um campo gravitacional. Se variações de velocidade alteram a geometria do espaço-tempo, objetos que gerem gravidade também devem causar alterações.

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Basicamente, as leis da geometria se curvam. No espaço plano, ângulos de um triângulo somam 180 graus, mas no espaço curvo podem somar mais ou menos, segundo que é a luz o que esquadrinha essa geometria. Quando a luz faz uma curva, na verdade está andando em linha reta, mas num espaço curvo.

Einstein percebeu isso e conseguiu descrever o raciocínio com o trabalho do matemático Georg Riemann.

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O Sol, com sua enorme gravidade, portanto, seria um bom ponto para observar se a luz que passa rente a ele, derivada de estrelas distantes, sofre pequeno desvio, o que levaria a estrela a parecer fora de sua posição normal no céu.


O problema é o brilho do Sol, que impede ver o fundo de estrelas nos arredores -a não ser que algo estivesse na frente dele, ou seja, em um eclipse com a Lua cobrindo-o.


Segundo os cálculos de Einstein, a luz das estrelas de fundo nos arredores do disco solar seria defletida em 1,75 segundo de arco, algo equivalente a cerca de 0,00048 grau.


Só faltava um eclipse adequado para conseguir confirmar os cálculos. E ele veio em 1919 -com um segundo em 1922, que reforçou as conclusões.


Em 1925, na América do Sul, mais especificamente no Rio de Janeiro, Einstein afirmou: "O problema que minha mente formulou foi respondido pelo luminoso céu do Brasil".


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