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'Parceiro da Escola'

APP vai questionar modelo de privatização de gestões escolares de Ratinho Jr.

Luís Fernando Wiltemburg - Redação Bonde
08 nov 2022 às 19:56
- Geraldo Bubniak/AEN
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O modelo de privatização da gestão das escolas públicas estaduais paranaenses pretendido pelo governo Ratinho Júnior (PSD), batizado de “Projeto Parceiro da Escola”, deve ser questionado pela APP-Sindicato (sindicato dos profissionais da rede estadual de ensino) ante órgãos como o Ministério Público do Paraná e o TCE (Tribunal de Contas do Estado). 


Para Bernardo Strobel Guimarães, professor de Direito Administrativo e Econômico da PUC em Londrina, há uma boa possibilidade de sucesso nestes questionamentos, uma vez que o assunto é inédito no Brasil e não há uma limitação legal definida sobre quais funções da administração estatal podem ser terceirizadas. 

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O Projeto Parceiro da Escola prevê passar para instituições de ensino privadas escolas estaduais que tenham baixo desempenho em processos avaliativos. Estas instituições assumiriam a gestão administrativa e pedagógica dos colégios, por um repasse equivalente, no primeiro ano, a R$ 800 por aluno, mediante a melhora dos índices de aprendizado. O valor aumentaria de acordo com os resultados positivos.

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Em Londrina, quatro instituições estão listadas para a terceirização, das quais três localizadas na zona norte.

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A APP-Sindicato avalia que a proposta do edital, feita por meio da Paraná Educação, “é um desastre para a educação paranaense”, segundo o presidente da instituição sindical em Londrina, Márcio André Ribeiro. “É um projeto de privatização de escolas públicas, que já são geridas por profissionais com a participação da população, que elege diretores e coordenadores que atuam com sérias restrições do orçamento”, explica.


De acordo com ele, a APP tem levantamento que indica queda nos repasses para a educação, enquanto a inflação aumenta, e as gestões escolares têm de lidar com pouco dinheiro para manutenção e reformas. 

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A estimativa é que, em média, um aluno custa para os cofres públicos R$ 600, enquanto a proposta de terceirização prevê repasses de R$ 800 por aluno para os futuros gestores privados, aumentando a cada ano de acordo com a melhora de desempenho das unidades em avaliações de qualidade de ensino.


“Dizer que vão privatizar as escolas por ‘deficiência de gestão’ passa longe da boa fé”, dispara Ribeiro.

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Além disso, ele recorda que, há cerca de dez anos, a educação paranaense estava em primeiro lugar nos processos avaliativos de aprendizagem dos alunos e que, embora não esteja mais à dianteira, o ensino paranaense está sempre entre os melhores do Brasil.


“Não existe justificativa nenhuma para passar dinheiro para a iniciativa privada. Além disso, a educação é um processo complexo que envolve pessoas e não pode ser medido apenas por índices. Vamos fazer de tudo para alertar a população sobre os malefícios deste projeto, além de acionar o Ministério Público e o TCE  para que questionem a terceirização de uma atividade-fim do Estado”, diz.


O professor da PUC em Londrina Bernardo Strobel Guimarães diz que, embora já existam no Brasil modelos de terceirização de gestões administrativas de escolas públicas, a proposta do Projeto Parceiro da Escola é controversa por deixar sob a tutela da iniciativa privada a coordenação pedagógica das unidades. “Isso vai levar servidores a reagirem [à privatização] e vamos ver se o modelo será avalizado por instituições como o MP e o TCE”, afirma. 


Strobel recorda que o limite dos serviços públicos que podem ser passados para a iniciativa privada ainda não foi juridicamente enfrentado. “Ao se falar em educação pública, não existe uma resposta ‘preto no branco’ na legislação sobre a terceirização. Neste caso, vai depender do que for julgado e acredito que existem bons argumentos para questionar a atuação da iniciativa privada no setor público. Em alguma medida, esse modelo pode ser questionado com sucesso”, avalia.


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