O Brasil é líder na adoção de criptomoedas, sobre isso não há dúvidas. De acordo com dados divulgados pela Receita Federal, as transações envolvendo criptoativos declaradas por brasileiros chegam a mais de R$ 200 bilhões. Mas, além do crescimento no número de investidores e negociações de criptoativos, a mineração de criptomoedas também vem despontando como uma atividade de interesse econômico e tecnológico.
O potencial do mercado brasileiro de mineração de cripto com as mudanças regulatórias previstas para 2025 e 2026, deve ter grandes impactos socioeconômicos baseado no que esse setor pode trazer. A popularização e a aceitação mais ampla das criptomoedas (tanto como reserva de valor quanto como método de pagamento) estimulam diversos segmentos relacionados.
Além de novos projetos surgirem, com a mineração, há mais moedas digitais no mercado, barateando os preços e tornando mais acessível esse tipo de ativo. Já vemos criptos presentes em diversos segmentos, desde plataformas de entretenimento até grandes comércios multinacionais.
Caminhamos agora para projetos específicos e exclusivos de criptomoedas. Um crypto casino com jogos exclusivos para criptomoedas é um bom exemplo disso. Esse tipo de plataforma reforça o papel das moedas digitais na economia brasileira. Envolvendo desde a compra de bens virtuais até contratação de serviços diversos. E com um mercado aquecido de mineração, os números do setor devem ser ainda mais positivos.
Mineração de cripto no Brasil
Boa parte das transações do mercado cripto brasileiro está relacionada à compra e venda de criptoativos em exchanges. Porém, a mineração tem mostrado uma participação cada vez maior em grandes centros urbanos e mesmo em áreas com menor custo de energia. Um dos fatores críticos para a viabilidade da mineração é, de fato, o custo de energia.
Em diversos estados brasileiros, a energia pode ser mais cara em comparação com países onde a produção elétrica é mais barata, como em regiões na Ásia ou alguns lugares dos Estados Unidos e da Europa. De acordo com dados da Agência Internacional de Energia, o Brasil possui o maior custo residencial de energia elétrica do mundo em relação à renda per capita, entre 34 países pesquisados.
Mesmo assim, o Brasil apresenta vantagens competitivas, como a presença de fontes renováveis, em especial a hidrelétrica, a eólica e a solar, que podem baratear o processo de geração de energia a médio e longo prazo. Enquanto as fontes renováveis representam apenas 14% da matriz energética mundial, no Brasil, elas correspondem a 49,1% da oferta interna de energia.
Outro ponto importante é a conscientização acerca da sustentabilidade. Há iniciativas nacionais buscando tornar a mineração menos agressiva ao meio ambiente. Soluções voltadas para compensação de carbono e uso de energia renovável têm sido bem recebidas por investidores que desejam aliar rentabilidade financeira a práticas mais ecológicas.
Inovações tecnológicas e competitividade
A mineração de criptomoedas é altamente dependente de inovações tecnológicas, principalmente no quesito hardware. Os mineradores brasileiros precisarão se manter atualizados em relação a equipamentos de ponta, como ASICs de última geração, capazes de operar com eficiência energética mais elevada e oferecer maior poder de processamento.
Outro fator a se observar é a participação das chamadas “fazendas de mineração” (mining farms). Estas instalações, equipadas com dezenas ou mesmo centenas de máquinas, podem ser mais competitivas se estiverem próximas a regiões com custos de energia reduzidos ou se adotarem parcerias para o uso de energia limpa.
A Enegix Global, por exemplo, inaugurou um data center no Brasil com capacidade para gerar até 80 megawatts (MW) de energia elétrica. A empresa utiliza gás natural isolado como fonte de energia, considerada limpa, para alimentar seus equipamentos de mineração de criptomoedas.
Além disso, estudos indicam que a mineração de Bitcoin no Brasil pode ajudar a destravar a energia ociosa presente na matriz energética do país, promovendo o crescimento de fontes renováveis como a energia solar e eólica. Essa demanda adicional por energia pode tornar projetos de geração distribuída economicamente viáveis, potencializando a geração de receitas.
A consolidação de grupos de mineradores (pools) também pode fortalecer a posição do Brasil no mercado internacional, ao permitir a união de poder computacional entre diversos usuários e garantir maior estabilidade nos retornos. Espera-se ainda que surjam startups e empresas especializadas em soluções de otimização e monitoramento de mineração.
Algumas poderão desenvolver softwares de gestão de hardware, análise de rentabilidade em tempo real e aplicativos de controle remoto das atividades de mineração. Dados publicados no último relatório do Banco Central apontam para um crescimento da demanda de serviços digitais, ao mesmo tempo que as fintechs brasileiras sobem em rankings mundiais de inovação.
O país possui um ecossistema fértil para a criação de unicórnios, que são aquelas startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão, ligados à tecnologia financeira, contando com mais de 22 no país desde 2018. Programas como o BNDES Garagem têm incentivado o desenvolvimento de startups no país, oferecendo suporte e recursos para empreendedores, e a mineração de criptomoedas pode integrar esse cenário.