Prestes a completar 90 anos, a história de Londrina foi construída a várias mãos, assim como é contada por muitas vozes que se entrelaçam ao longo de décadas de transformações. Cada documento registrado no 1º RI (1º Registro de Imóveis) não guarda apenas informações, mas as raízes de uma cidade que nasceu de sonhos e se transformou em realidade.
É mais do que um livro antigo ou arquivos digitais; é o símbolo de pertencimento, uma memória viva de Londrina, que se aproxima do seu centenário, mas que, na época de sua colonização, começava a se desenhar em meio às matas do Norte do Paraná.
A criação do 1º RI de Londrina, em 1938, não é apenas um marco histórico, ele é uma forte conexão entre presente, passado e futuro, um elo necessário para que os londrinenses não esqueçam o que tornou essa cidade tão especial.
Desenvolvimento urbano e econômico
A Serventia tem sido fundamental para o desenvolvimento urbano e econômico de Londrina, garantindo a regularização de propriedades e promovendo a função social da terra, explica Caroline Feliz Sarraf Ferri, registradora de imóveis. “Esses atos viabilizaram a urbanização planejada e fortaleceram a base para investimentos que impulsionaram o crescimento econômico da região”, afirma.
Caroline Ferri é doutora e mestre em direito, especialista em direito registral imobiliário, direito notarial e registral, direito público, direito civil, processo civil, entre outras áreas. Também é professora em cursos de pós-graduação em direito, conteúdo tecnológico e gestão, além de membro da Comissão de Pensamento Registral Imobiliário do Instituto de Registro Imobiliário do Brasil (IRIB) e vice-presidente do IRIB pelo Estado do Paraná; conselheira da Associação dos Registradores de Imóveis do Estado do Paraná e Diretora da Associação dos Notários e Registradores do Estado do Paraná. A assunção em Londrina é fruto da primeira colocação no concurso público de provas e títulos, deflagrado em 2012 pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.
Da colonização aos dias de hoje
A titular do 1º Registro de Imóveis destaca que a regularização fundiária é um exemplo de contribuição para a inclusão social e a dignidade humana. A formalização da posse de uma propriedade assegura o exercício de direitos fundamentais e facilita o acesso a serviços essenciais, como a infraestrutura urbana. “Além disso, os registros de imóveis desempenharam um papel significativo na atração de investimentos, impulsionando a economia local e consolidando Londrina como um dos polos mais importantes do interior do Paraná”, aponta.
O 1º RI foi criado apenas quatro anos após Londrina ter alcançado o status de cidade, e vem construindo uma história que se entrelaça com a do município. De acordo com Caroline Ferri, desde então, a Serventia assumiu o compromisso com a modernização e a sustentabilidade de Londrina, mas respeitando a memória histórica de uma cidade que tem muito a contar. Hoje, a Serventia atende as regiões sul e central de Londrina, onde estão registradas mais de 130 mil unidades imobiliárias.
Os primeiros registros da Serventia remontam ao projeto de colonização liderado pela CTNP (Companhia de Terras Norte do Paraná), ainda na década de 1920, que documentam o início da ocupação territorial, com destaque para os títulos de propriedade de lotes agrícolas. Segundo ela, foram esses lotes que impulsionaram a produção rural e a formação dos primeiros núcleos urbanos na região.
“Preservados com zelo, esses atos e documentos constituem um legado que permite compreender a evolução fundiária da região, fornecendo um panorama da transformação territorial desde a colonização até os dias atuais”, afirma a registradora. Esses documentos são parte da história de Londrina e refletem o cuidado e o papel da Serventia na proteção dos direitos de propriedade e na manutenção de um rico acervo histórico.
Registros que marcaram a história
Por sua relevância histórico-cultural, diversos atos formalizados pelo 1º Registro de Imóveis de Londrina destacam-se como marcos significativos no desenvolvimento da cidade. Entre eles, o memorial de 515 mil alqueires adquirido pela CTNP, formalizado em 1938. “Esse marco jurídico permitiu a fundação de Londrina e de outros núcleos urbanos, estruturando a ocupação territorial e impulsionando o desenvolvimento econômico do Norte paranaense”, explica, complementando que o memorial detalha a infraestrutura essencial para a urbanização da região, como estradas e conexões ferroviárias.
A Serventia desempenhou também um papel fundamental na formalização do tombamento do Palacete da Família Garcia, na Avenida Higienópolis, em 2012. Construído em 1945 pelo pioneiro Celso Garcia, o imóvel é um marco da história local devido à sua arquitetura e importância cultural, aponta Caroline Feliz Sarraf Ferri. De igual modo, o Parque Estadual Mata dos Godoy, uma Unidade de Conservação da Mata Atlântica, exemplifica a preservação ambiental e cultural. “Os registros dessa área asseguram a proteção ecológica e a continuidade das políticas públicas de conservação, além de formalizar a regularização fundiária de um patrimônio ambiental inestimável”, afirma Ferri.
Registrado em 1990, o Catuaí Shopping Londrina também foi um empreendimento que fomentou o desenvolvimento urbano e econômico da região sul da cidade. A registradora de imóveis garante que, além de instigar a execução de loteamentos, condomínios residenciais e chácaras de lazer e catalisar a urbanização da Gleba Palhano, o projeto também impulsionou melhorias na infraestrutura viária e valorizou o território, evidenciando o papel estratégico do registro imobiliário na viabilização de projetos inovadores e sustentáveis.
Agilidade e suporte para regularização de pendências
A eficiência na prestação de serviços é um dos pilares do 1º Registro de Imóveis (1º RI), com destaque para o prazo médio de 3 dias para o registro de um imóvel e apenas 20 minutos para a emissão de uma certidão de inteiro teor. Além disso, o atendimento aos usuários é notavelmente ágil, com um tempo médio de espera de 20 segundos, destaca Caroline Feliz Sarraf Ferri.
Essa agilidade é uma característica marcante do 1º RI e reflete a relação de proximidade com cidadãos, instituições locais e o mercado imobiliário. Um exemplo dessa abordagem é o Projeto Resolva, concebido para promover os direitos fundamentais da população e contribuir para o desenvolvimento socioeconômico regional. “Por meio dessa iniciativa, nossa equipe identifica títulos com pendências de regularização e entra em contato diretamente com os interessados, oferecendo suporte técnico e jurídico para o cumprimento das exigências necessárias”, explica.
Esse acompanhamento próximo permite com que os usuários recebam orientações personalizadas para cada etapa do processo, esclareçam dúvidas, garantindo a eficiência do trâmite registral, a conclusão do ato pretendido e o pleno exercício dos direitos de propriedade.
Digitalização traz segurança e acessibilidade
O trabalho contínuo de digitalização realizado pelo 1º Registro de Imóveis (1º RI) assegura a proteção e a acessibilidade dos documentos para as futuras gerações. “O 1º RI consolida sua posição como guardião de uma história que transcende o registro formal, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico da região e preservando as bases de sua identidade territorial e cultural”, aponta Caroline Feliz Sarraf Ferri.
Todo o acervo documental da Serventia é digitalizado no início do processo registral, permitindo que a tramitação ocorra em ambiente digital, o que reduz riscos e agiliza os procedimentos. “Os dados são armazenados com criptografia em sistemas seguros, complementados por backups periódicos e armazenamento em nuvem, assegurando recuperação ágil em casos de contingência”, detalha.
Essas ações, segundo Ferri, garantem acesso às informações pelos usuários com segurança e o devido acatamento à legislação de proteção de dados. “A modernização contínua dos sistemas e o treinamento da equipe fortalecem a preservação do acervo, reafirmando o compromisso com a eficiência e a proteção documental”, complementa.
Há 86 anos marcados na história de Londrina, o legado 1º RI (1º Registro de Imóveis) para a cidade está relacionado à modernização do sistema registral, à sustentabilidade e ao fortalecimento da segurança jurídica, com impacto direto no desenvolvimento social e econômico. “Trata-se de viabilizar um sistema registral mais ágil e seguro, com políticas que assegurem o pleno exercício da função social da propriedade e a ampliação do acesso à titularidade. Iniciativas que não apenas contribuem para a redução das desigualdades, mas também abarcam aspectos de urbanização inclusiva e proteção ambiental”, reforça Caroline Feliz Sarraf Ferri.
Isso só é possível graças à adoção de novas tecnologias que fortalecem a acessibilidade e a transparência, consolidando a confiança da sociedade e do mercado imobiliário. “O 1º RI deseja ser lembrado como uma instituição que equilibra qualidade e inovação, promovendo estabilidade jurídica, desenvolvimento urbano responsável e um futuro que respeite as demandas de uma sociedade em constante transformação. Esse legado busca transcender os registros formais, impactando positivamente a cidadania e o ordenamento territorial para as gerações futuras”, finaliza.