As últimas edição do Big Brother Brasil (Globo) mostrou que as redes sociais se tornaram um ponto de atenção para os confinados no reality e especialmente para quem os ajuda de fora da casa mais vigiada do Brasil. Instagram, Twitter e até mesmo TikTok ganharam força e se tornaram uma voz ativa dos brothers que nada sabem sobre a repercussão de seus atos no programa.
Para Judeilton Reis, head de mídias sociais da Agência Mynd, esse movimento se dá desde o BBB 18, quando a campeã Gleici Damasceno atingiu, pela primeira vez, a marca de 1 milhão de seguidores ainda na casa. "Mas os participantes da edição 2020 foram os grandes responsáveis para que tivesse uma grande virada de chave", completa ele.
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Atualmente, a empresa cuida de nomes como Thelma Assis, a campeã do BBB 20, Babu Santana, Flay, Viegas, Elana, Gil do Vigor e Camilla de Lucas. A última, já estava na Mynd antes mesmo de entrar no BBB, em 2021. "Ganhar o programa é maravilhoso, mas sair de lá com uma imagem limpa, forte e sem cancelamento é muito mais importante", diz Reis.
Para Marcos Moraes, fundador da MM Estratégias de Imagem, com o passar do tempo, a internet e redes sociais se tornaram ainda mais importantes do que a aparição na televisão -independente de ser famoso ou anônimo. "É 70% das redes sociais e 30% televisão", afirma ele, que geriu perfis de ex-brothers como Gui Napolitano, Arthur Picoli e Arcrebiano, conhecido como Bil Araújo.
Ele afirma que isso aconteceu justamente pelo programa ter criado a dinâmica de confinar famosos e anônimos na casa. "Mudou o rumo da coisa. As pessoas não querem saber só quem vai ser o novo campeão... Querem saber quem vai estar lá, quem vai ser cancelado", reflete o fundador da empresa de estratégia de imagem.
Igor Dornelas, primo e administrador das redes de Thaís Braz, 28, que esteve no grupo Pipoca do BBB 21, afirmou que a tarefa foi extremamente difícil. "Não conseguimos fazer um planejamento do que seria feito, porque o programa muda diariamente. É um trabalho muito minucioso e praticamente de 24 horas", explica em entrevista ao F5.
Ele conta que não esperava todo o sucesso da prima nas redes e que, por ela ter entrado como anônima, não ficou nada combinado para gerar conteúdo fora da casa. "Tínhamos algumas estratégias, como usar tudo o que acontecia no reality a favor dela, brincar com os memes e as coisas engraçadas que ela falava", relembra.
Moraes explica que, antes da confirmação dos anônimos no BBB, ele e sua equipe deixaram alguns materiais fotográficos preparados e que, com a certeza que Bil Araújo e Arthur estariam na 21ª edição do reality, contrataram equipes distintas para os dois, "para a identidade visual ser diferente".
Segundo Reis, antes do confinamento, também é feita uma longa conversa com o competidor, para que sejam alinhados os discursos, para que não haja contradições entre a equipe e o brother ou sisters, e os conteúdos que eles gostariam que fossem publicados ao longo do reality. "A preparação pré-programa é extremamente importante [especialmente para os famosos]", diz.
Os dois profissionais afirmam que, no caso de pessoas anônimas selecionadas, uma dica importante é deixar direcionamentos para que seja contratada uma equipe profissional, porque é necessário uma dedicação 24 horas por dia, pessoas que saibam editar imagens e vídeos, além de agilidade para contornar possíveis crises dentro e fora do jogo.
"[No caso] do Arthur foi um pouco mais difícil, até pelos altos e baixos que ele passou no programa, teve um momento em que ele foi cancelado pelo público", relembra Moraes. "Houve um período em que ficamos extremamente neutros para ver se conseguíamos reverter o que ele estava passando na casa. Tudo é peneirado e muito pensado, nada é aleatório."
Igor, primo de Thaís, diz que é importante saber aproveitar o conteúdo que o confinado gera dentro da casa, em especial os memes. "Uma dica é tentar viralizar algum vídeo, acontecimento ou fala. E também montar uma equipe com pessoas já experientes nessa área", completa, concordando com Moraes.
Reis ainda reforça que os administradores das redes sociais são pessoas profissionais, que têm entendimento de marketing e estratégias digitais. "Quem entra como anônimo não tem os recursos para contratar e tal, mas é importante trazer pessoas que tenham um pouco de entendimento dessa parte", completa.
O head de mídias sociais da Mynd também fala que a principal dica é não deixar de ser você mesmo. "O grande trunfo do Gil foi que ele foi ele mesmo", afirma, dizendo ainda que para os anônimos não é necessário ter "medo" dos famosos, já que em dado momento do jogo, todos são iguais aos olhos do público.
"Quem for administrar as redes precisa de muita paciência e saber conduzir as coisas, não se envolver em polêmicas aqui fora e focar exclusivamente em seu participante e fazer ele crescer sem atacar os outros", completou Igor Dornelas.
Reis diz que o maior desafio é conseguir fazer com que falas, momentos e vídeos bons para os assessorados sejam vistos nas redes e tenham um alcance que possa competir com a televisão. "Investir nas redes faz muito mais diferença, até para marcas que possam vir a contratar futuramente", completa Moraes.
A 22ª edição do Big Brother Brasil estreia nesta segunda-feira (17) e traz pela terceira vez a dinâmica dos grupos Pipoca e Camarote. O BBB 22 também marca a estreia de Tadeu Schmidt, 47, na apresentação do reality, que antes era comandado por Tiago Leifert.