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Polêmica

Pastor vê androginia em doramas, e meio evangélico reage

Anna Virginia Balloussier - Folhapress
05 fev 2024 às 13:00
- Pikisuperstar/Freepik
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Um símbolo de coração, quem diria, virou motivo de discórdia entre evangélicos.

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Tudo começou após um pastor de Pernambuco, Ailton José Alves Junior, líder de uma Assembleia de Deus em Caruaru, pregar contra um gesto que emula o formato do órgão, comum entre fãs de dorama.

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O gênero abrange uma espécie de novela asiática com poucos episódios e alta carga dramática. Um fenômeno mundial em plataformas de streaming, na esteira do sucesso do k-pop e de produções como a sul-coreana "Round 6", seriado mais visto da história da Netflix.


Para o pastor Ailton, dorama é outra coisa: um mal a ser evitado por defender a androginia. Ele mirou sobretudo o "coração de dorama", união entre indicador e polegar que forma um pequeno coração e lembra um pouco o sinal de figa com os dedos.

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"Não faça mais o coração de dorama", disse o líder pentecostal num congresso voltado a adolescentes, no fim de janeiro. "Nos púlpitos da igreja, para tirar fotos... Você sabe o que é dorama? Quem aqui sabe o que é dorama? Quem sabe o que é dorama? Defesa da androginia! Não há definição de macho nem fêmea. E todo mundo fazendo o sinal de dorama porque são ignorantes."


"Saudação de crente", completou, "é 'a paz seja convosco'".

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A reportagem tentou contato com o pastor na tarde deste domingo (4), mas ele não respondeu as mensagens enviadas.


O trecho em que Ailton Junior condena o aceno se alastrou por redes sociais e sites evangélicos. O Pleno News foi um dos que noticiou a fala, o que rendeu um comentário da pastora Sarah Sheeva no Instagram do portal. Convertida nos anos 1990, a primogênita de Baby do Brasil e Pepeu Gomes acumula críticas contra outros ícones pop, como Coldplay, por ela chamado de "Capetaplay".

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Ela também palpitou sobre a polêmica da vez: "Gente, o problema do dorama não está no símbolo do coração, está na defraudação emocional que ele causa na alma das pessoas". Recomendou em seguida um livro dela, justamente o "Defraudação Emocional", que diz ofertar "uma abordagem bíblica e espiritual para lidar com as decepções amorosas e frustrações emocionais".


O deputado Pastor Eurico (PL-PE), um dos membros mais atuantes da bancada evangélica, também elogiou a pregação do colega de Caruaru. Compartilhou, inclusive, um vídeo de Netinho Eurico, seu filho, dizendo que Junior acertou na mosca ao questionar a estética andrógina na cultura pop asiática.

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Para ilustrar seu ponto, mostrou fotos dos integrantes do BTS, a maior banda de k-pop, de batom. Também expôs Choi Ren, conterrâneo da Coreia do Sul que incorpora elementos tipicamente femininos em seu guarda-roupa, e Amber Liu, uma rapper sino-americana que adota um estilo associado à masculinidade.


Não que haja qualquer consenso nas igrejas sobre o dorama. O pastor Elizeu Rodrigues, com milhões de seguidores na internet, aconselhou: "Não proíba o que a Bíblia não proibiu". Alvo de críticas pela opinião, acabou apagando o post.

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Em outro pitaco sobre o gênero, Rodrigues disse que nos doramas que conhece "não há prostituição, não há homossexualidade, não há desonra aos pais".


Liderança na Igreja Cristã da Aliança e articulista em canais evangélicos, Renato Vargens afirmou que "não cabe ao pastor proibir um crente de assistir à TV".


"Os que agem assim", disse, "demonstram ser dominadores do rebanho, impondo sobre os seus liderados um legalismo cuja eficácia é incapaz de produzir santificação".


Para Ticiana Chiara Bizarria, 51, fiel da igreja A Ponte Natal e admiradora de doramas como "Eu Tenho um Amor" e "Mr. Sunshine", o pastor crítico ao gênero "teria muito mais assunto relevante para tratar com os jovens".


Onde Ailton Junior vê androginia, ela vê "desinformação completa sobre o assunto". O que a atrai ao produto audiovisual exportado pela Ásia é "não sexualização tão explícita".


"Gosto como eles abordam um determinado tema muitas vezes bem sério de forma suave, como por exemplo uma advogada extraordinária que aborda o autismo."


O assunto emerge de tempos em tempos nos círculos crentes, com vídeos dedicados a responder se assistir a doramas é ou não, afinal, pecado no meio cristão. O pastor André Valadão, da Batista Lagoinha, chegou a ser questionado se a tia de um fiel, "viciada em série coreana de mafioso", no caso "Vincenzo", estava errando aos olhos de Deus.


Valadão deu um passa-fora no seguidor. "Olha, eu acho que você tinha que cuidar da sua vida, né? Ainda mais com sua tia, ela é mais velha do que você, né?"


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