Aos poucos, as famílias de crianças com deficiência e neuroatípicas têm observado um movimento de inclusão maior por parte da sociedade e do poder público. Mas ainda há muitos desafios que imperam, principalmente em relação ao preconceito e políticas públicas.
Em Londrina, nos últimos dias o assunto ganhou holofotes com o relato de uma mãe de criança cadeirante a respeito do direito de brincar da filha de três anos. A cidade conta três parques públicos com brinquedos adaptados, nas regiões norte, sul e leste. Os espaços foram inaugurados oficialmente em abril de 2021 e todos possuem o mesmo modelo, com área interativa com brinquedos sensoriais, como painéis com espelho, mola girassol, ábaco e xilofone, além de carrossel, balanço e gangorra para crianças cadeirantes.
Para Conceição Aparecida Santos Lopes, coordenadora da Escola de Educação Especial Flávia Cristina, na zona norte, ter parques infantis adaptados é a realização de um sonho de igualdade para as famílias e crianças. “O cabelo movimentando no carrossel, o frio na barriga no ir e vir da gangorra e o sentir do vento no rosto ao balançar, são emoções e sensações que marcam a infância. Como você vai explicar uma emoção dessa para uma criança que não pode vivenciar isso?”, diz.
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Lopes trabalha atualmente com 109 alunos com deficiência intelectual, que normalmente está associada a outras deficiências. “Temos que avançar muito ainda enquanto sociedade. As pessoas ainda não se deram conta que muitas crianças não nasceram com a deficiência, mas que por algum acontecimento passaram a viver com limitações. Isso se aplica à vida adulta e a todos nós. Vai chegar em um momento da vida que teremos limitações e vamos esperar empatia, respeito. Além dessa mudança de olhar, todos precisam lutar para cobrar ações do poder público”, destaca.
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