Ao menos quatro de cada dez meninas e jovens mulheres brasileiras não sabem ao certo identificar as notícias falsas que circulam nas redes sociais, em aplicativos de mensagens e em sites que promovem desinformação.
Destas, 6% não sabem diferenciar uma notícia falsa de uma verdadeira, enquanto outras 56% afirmam que conseguem identificar quando se deparam com desinformação.
Os dados fazem parte da pesquisa "Verdades e mentiras: as meninas na era da desinformação e das fake news", conduzido pela ONG Plan International, que analisa o impacto dessas notícias na vida de meninas e jovens mulheres.
Leia mais:
Mulheres não são governadas por hormônios, mas menopausa afeta o cérebro, diz pesquisadora
Entenda as diferenças entre perimenopausa e menopausa
Uma em cada quatro pessoas no Brasil conhece vítimas de violência doméstica, diz Datafolha
Mulheres lésbicas relatam negligência de médicos em atendimentos ginecológicos
O levantamento entrevistou mil pessoas entre 15 e 24 anos de todo o país, com predominância para as regiões Sudeste e Nordeste.
O recorte brasileiro está dentro de um estudo com a mesma finalidade realizado em 33 países, que inclui uma fase quantitativa com mais de 26 mil entrevistadas em 26 países, e uma fase qualitativa em 18 países.
"A pesquisa mostra o medo de se posicionar online. Elas falam que acabam se reservando mais com medo de ataques. Como vou me posicionar em um ambiente tão hostil, que fala tantas coisas que não são verdadeiras?", diz Cynthia Betti, pedagoga e diretora da Plan International Brasil.
No Brasil, o impacto da desinformação é ainda maior do que o observado mundialmente. Enquanto 91% se dizem preocupadas com a disseminação de notícias falsas em escala mundial, esse valor sobe para 97% entre as meninas brasileiras. Quando o questionamento era se elas estavam extremamente preocupadas com o assunto, 62% das brasileiras responderam que sim, enquanto o índice global ficou em 40%.