Rosa, azul, princesas ou carros, será que isso realmente caracteriza um comportamento e ajuda a construir a personalidade da criança? Pensando nisso, a Trend4tods, da empresária Fernanda Knopfler cria roupas para crianças e não para gêneros, estampas com motivos e desenhos lúdicos que refletem o universo infantil.
Para a criação da coleção, a importância do genderless sem dúvida "Ajuda a guiar a construção das modelagens e estampas, mas o processo sai mais naturalmente quando se acredita nisso de verdade", conta Fernanda.
Os primórdios de uma moda sem gênero são antigos. Nos anos 1920, a estilista Coco Chanel foi uma das primeiras a observar a inclinação das mulheres para vestir a roupa que era desenhada apenas para os maridos delas. O feminismo ganhava fôlego e o guarda-roupa dos homens inspirava mais conforto, igualdade entre os gêneros.
Leia mais:
Meryl Streep usa roupa de marca brasileira na nova temporada de 'Only Murders in the Building'
Balenciaga renova contrato de estilista acusado de apologia à pedofilia; relembre polêmicas
Penitenciária feminina do Paraná é palco de desfile de moda com roupas feitas por custodiadas
Como tendência 'tennis core' faz sucesso após 'Rivais' com figurinos de Zendaya
O trend4tods é uma marca brasileira, idealizada e criada por duas mães, formadas em desenho de moda, e que após uma década de amizade, decidiram combinar o amor pela moda com o amor pelos pequenos.
A cartela de cores é fruto da criação e predominância de saber construir estampas e looks com variações e mistura de cores. Você pode usar rosa, lilás em seu filho sem se preocupar com a opinião da sociedade.
"Você vai comprar brinquedos de cozinha e dificilmente encontra alguma coisa que não seja rosa, quase que como um menino não pudesse brincar de cozinha", conta Fernanda. Nos dias de hoje isto está fora de cogitação, temos grandes chefs (homens) de cozinha na gastronomia no mundo inteiro.
A procura está começando a crescer principalmente nas capitais onde o movimento da educação sem gênero por uma igualdade está crescendo. As pessoas que estão nesse movimento de evolução de pensamento não procuram por uma peça sem gênero elas simplesmente compram o que gostam sem cogitar se é de menino ou menina.
A consciência está tomando forma e as crianças estão mais independentes e desde muito pequenas já escolhem o que gostam de brincar e vestir. Os pais, por sua vez, estão mais abertos a deixar que elas saibam seus limites, suas vontades e no futuro elas saberão seguir seus caminhos sem preocupações com rótulos e aparências.
"As crianças não trazem preconceitos, isso é ensinado a elas, sempre que olhamos para alguém e o julgamos, disparamos nossos preconceitos. É por isso que se limparmos nossa maneira de olhar para as roupas, mudamos também a forma de olhar para as pessoas. A moda sem gênero é um comportamento social, ela ajuda a criar crianças menos preconceituosas e críticas", comenta.