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Repensando

Você sabe o que é moda responsável? A influencer Ju Barbosa explica

Thaynara Junqueira - Estagiária*
29 dez 2020 às 11:44
- Reprodução/Instagram
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A pandemia de coronavírus neste ano de 2020 fez com que repensássemos diversas áreas de nossa vida - uma delas foi a nossa forma de consumir. Isolados em nossas casas, pudemos perceber que o conforto é mais importante que a estética, o que alterou até a produção da indústria da moda. Moletons, pijamas e chinelos ficaram entre os queridinhos nos looks de muitas brasileiras. Entretanto, as mudanças e as reflexões que este momento causou foram mais profundas do que as tendências de vestuário provocadas.


A moda responsável ou moda sustentável é o ato de consumir pensando nos impactos que essas escolhas trazem para o meio ambiente e, além disso, também é comprar o que você precisa, com qualidade e não algo que não dure. "Antes eu utilizava o termo 'moda sustentável', que é mais comum da gente ouvir. Mas eu comecei a perceber que esse termo 'sustentável, sustentabilidade' ainda estava muito ligado entre profissionais que estudam esses termos. Então, achei que isso podia assustar um pouco o consumidor que talvez nunca ouviu falar sobre isso", explica Ju Barbosa, design de moda e criadora de conteúdo.

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A influencer, que contabiliza 28 mil seguidores em seu Instagram (@jugbarbosa), destaca a importância de falar sobre esses assuntos em sua rede social. Na visão dela, quando a informação é passada por diferentes meios, mais pessoas são atingidas, e esses termos não serão mais tão elitizados. "Todo mundo sabe o que significa ser responsável. Então, ser responsável pelos seus atos, seu consumo, sobre onde você investe seu dinheiro. Eu comecei a usar esse termo moda responsável, só que ele também abrange tudo isso da moda sustentável, que é essa responsabilidade ambiental social e econômica".

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A moda sustentável não é tão acessível devido aos preços justos que toda a cadeia de produção deve receber. O valor fica superior aos das lojas de departamento, que normalmente não seguem as leis trabalhistas e não garantem um trabalho digno aos seus funcionários. Comprar em brechós, bazares, marcas locais e independentes, escolher tecidos e mandar na costureira do seu bairro são algumas formas mais responsáveis do que consumir diretamente no fast fashion.

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"Se eu preciso de uma peça de roupa, eu não vou entrar em qualquer loja e comprar. Eu vou pesquisar antes sobre, vou pensar qual modelagem vai atender melhor as minhas necessidades do dia a dia. Qual tecido, quem faz essas roupas, se eu tenho acesso diretamente de um produtor local, ou se eu vou precisar pesquisar e comprar pela internet de outra pessoa. Mas sempre priorizo comprar de produções menores, hoje, tudo que eu vou consumir tem esse pensamento por trás e é assim que eu aplico na prática", conta a influenciadora.


E Continua:"Outra coisa também é mudar um pouco o pensamento de que, ao invés de comprar cinco blusinhas baratas, eu posso comprar uma boa que vai durar muitos anos na minha vida. Que é um pouquinho mais cara, mas que se pensar no preço das cinco juntas, dá o preço dessa uma blusinha, e ela vai te acompanhar por muito mais tempo do que aquelas cinco que na segunda lavada, já vão estar todas tortas e desbotadas".

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Algo que Barbosa evidencia é que a moda responsável deve também caber em seu bolso e compreender as diferentes realidades sociais. Pesquisar é a chave para encontrar um produto de boa qualidade, com preço acessível e que não impacte negativamente o meio ambiente. "Fora do Brasil existe uma cultura bem diferente da que a gente tem aqui. As pessoas enxergam os brechós, as roupas de segunda mão, de outra forma. Mas aqui, como por muito tempo quem consumia de brechó era quem não tinha grana para comprar roupa nova, acabou criando uma visão de que não é legal. Acho que agora começou uma onda de mostrar'olha talvez seja interessante comprar em brechó para aumentar o tempo de vida das peças, você consegue encontrar coisas exclusivas, peças vintage'".


Apesar dessas discussões serem vigentes e urgentes, não é a maioria da população que tem a possibilidade ou interesse em repensar suas formas de consumo. Assim, a influencer diz que acredita no poder das micro revoluções. Através de um público pequeno, mas muito engajado, as marcas e a população vão se encaminhando para uma constante mudança de comportamento. É importante ressaltar que a indústria da moda é a uma das que mais poluem o planeta, e que o consumo desenfreado colabora para o descarte incorreto das roupas. Segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas), a indústria da moda perde cerca de US$ 500 bilhões todo ano com o descarte de roupas, que vão direto para aterros e lixões e não são nem recicladas. "Se a gente não mudar agora, daqui a pouco não vai ter mais planeta Terra”, lamenta.


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Uma publicação compartilhada por Ju Barbosa (@jugbarbosa)

*Sob supervisão de Larissa Ayumi Sato.


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