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Conheça Mark Bryan!

Homem faz sucesso nas redes sociais por usar saia e salto

Thaynara Junqueira - Estagiária*
23 out 2020 às 11:33

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- Reprodução/Instagram
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Americano, 61 anos, hétero, casado e pai de três filhos, Mark Bryan bombou na internet essa semana por seus looks do dia. O engenheiro acumula cerca de 100 mil seguidores no Instagram (@markbryan911), onde posta seus looks que confrontam estereótipos. Saias e saltos são os maiores destaques do perfil.


Mark é defensor da moda genderless (sem gênero), ou seja, defende a ideia de que não existe roupa adequada para cada gênero. Devido ao seu estilo fora do padrão, ele sofre muitos questionamentos a respeito de sua orientação.

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"Na maioria das vezes, respondo que não é da conta das pessoas, nas outras apenas falo que sou hétero. Em alguns momentos ataco, principalmente os homens e digo ‘por que me ver com saia te faz pensar sobre minhas preferências ?”, afirmou em entrevista para um site.

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Atualmente, na grande maioria das lojas de vestuário, as roupas são catalogadas como feminino e masculino, estampas, tons, modelagens, todos voltados para um gênero específico. Você sabia que nem sempre foi assim?

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Até a idade média, a modelagem das roupas eram as mesmas tanto para mulheres quanto para homens. Outro exemplo é Coco Chanel, que trouxe para o guarda-roupa das mulheres, peças consideradas masculinas.


"O salto alto mesmo foi criado principalmente para os homens, depois foi ganhando novos significados, e o salto agulha direcionado para o universo feminino. O mesmo com a cor rosa, que na sua origem não estava relacionada com o feminino, isso só vai acontecer no século XX com o marketing", apresenta Maria Antonia Romão, professora de Design de moda da UEL (Universidade Estadual de Londrina).

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Segundo ela, Mark Bryan usa da inversão simbólica para se vestir, assim como as feministas com a calça no final do século XlX e ao longo do XX. "A moda ‘agênero’ é um reflexo da busca contemporânea por igualdade entre todos e suas escolhas de identificação. Ao longo da história do vestuário vamos ter muitos exemplos disso, seja por necessidade prática, seja por posicionamento político-social", esclarece a professora.


A socióloga Meire Ellen Moreno conta que o conceito de gênero ficou mais conhecido a partir dos anos 1990, com o objetivo de revelar aspectos das relações desiguais entre homens e mulheres.

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"Quando dizemos ‘gênero é socialmente construído’, nós afirmamos que essas características que geralmente são ligadas à feminilidade ou a masculinidade, não são dados biológicos”, exemplifica a socióloga.


Ela explica que vamos aprendendo essas características durante o processo de socialização. "Na mesma medida que construímos o gênero, as desigualdades são construídas”, pontua Moreno.

*Sob supervisão de Fernanda Circhia


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