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Quebra de preconceito

Ex-aluna da UEL faz campanha sobre beleza real

Julia Ilkiu - Estagiária*
22 fev 2019 às 18:36
- Caesar Lima/Divulgação
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A beleza não tem nome, não tem referência e não tem padrão. Esse é o lema de autoaceitação da modelo Barbarhat Sueyassu, que se formou em psicologia na UEL (Universidade Estadual de Londrina) em 2018.


A modelo se refere como um "toque de arte" as manchas de vitiligo ao longo do seu corpo, que se manifestaram a partir dos 4 anos de idade. Sueyassu faz parte de uma nova campanha da Natura sobre beleza real. A campanha fala sobre a beleza saudável em relação ao amor ao próprio corpo. No Instagram, a modelo compartilhou a campanha:

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Ainda encantada com o impacto que esse comercial trouxe tanto na minha vida, quanto na vida de quem se sentiu representada por uma dessas mulheres fortes do elenco! @naturabroficial obrigada por ser uma empresa com propósitos tão fodas, ricos e humanos, que tocam diretamente o coração de quem assiste, além ser um exemplo em questões sustentáveis e ambientais! 💚🌿

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Para a modelo, o amor-próprio foi uma construção. "Desde as primeiras manifestações de vitiligo, na infância, minha mãe sempre me incentivou a reconhecer a minha beleza e meu amor-próprio. Com o auxílio da minha família e da terapia, eu pude me dar valor", afirma a modelo.


A beleza possui múltiplos significados. Cada mulher tem uma história e cada beleza tem sua história. Por isso, os rótulos são significam mais para a modelo: "a beleza real vai muito além da beleza física, ela é atrelada as suas vivências e como você se utiliza delas. A beleza é o respeito de se tratar com a potência do que você é, e isso vai muito além da casca física".

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A campanha é uma tentativa de quebra de preconceitos com outros tipos de corpo, de cabelos, de pele, de tamanho e de ser. Sueyassu confessa que ainda vê preconceito em relação ao padrão de beleza que é exigido das mulheres atualmente. "Somos acostumadas a não gostar da gente. E a beleza que é mostrada é apenas externa. O valor da beleza que eu vejo em mim não é apenas externa, mas eu valorizo toda a beleza que é atrelada a mim. Chegar a esse autoconhecimento não é fácil, é um processo que tem que ir cultivando", afirma a modelo.


"Eu tive que ser minha representatividade", afirma Sueyassu. Representar os interesses de algum grupo de pessoas, como as mulheres, negros ou indígenas. Se enxergar nos veículos de informação é uma forma de representatividade, que a modelo afirma nunca ter sentido. "A representatividade ajuda na construção de identidade. É fundamental se enxergar na mídia, independente se você parece ou não com as mulheres, não é só o físico, é a atitude. Eu me senti perdida, sempre fui a única pessoa no meu meio com vitiligo e as pessoas não tem muita informação sobre o vitiligo". O vitiligo gera preconceitos devido a dúvida que pode ser contagioso, o que não é.


As pintas nas costas, o cabelo curto, as tatuagens, as rugas, a cor da pele, a numeração da calça e o tamanho dos lábios: nada disso dita a beleza feminina, mas a modelo diz que é preciso enxergar a beleza em si para chegar a autoaceitação e reconhecer o amor-próprio.

(*Sob supervisão de Fernanda Circhia)


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