Longe do glamour das temporadas de moda em Paris, Milão, Londres e Nova York, a indústria da moda tem um encontro marcado com assuntos mais espinhosos do que "tendencinhas" da hora esta semana, em Copenhague.
A capital dinamarquesa é sede do mais importante congresso de sustentabilidade do setor, o Copenhagen Fashion Summit, que chega a sua décima e maior edição nesta terça, 15, e quarta, 16, reunindo uma engajada turma de fashionistas, que inclui a estilista Stella McCartney, a modelo Amber Valletta e o crítico e jornalista Tim Blanks, além de nomes importantes do mercado, como o grupo de luxo Kering, a rede de fast-fashion H&M e o Instituto C&A, em torno de temas como transparência, economia circular, reciclagem e trabalho forçado.
Introduzindo algumas das questões que devem esquentar os debates da conferência, na tarde da segunda, 14, alguns números foram apresentados. Entre as boas notícias, o aumento de seis pontos percentuais na média de níveis de sustentabilidade da indústria da moda para 38%, valor, entretanto, considerado muito aquém do ideal.
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Nada idealizados também são os pontos de vista colocados pelos envolvidos no Fashion Summit. "É hora de evoluir de palavras para ações", diz Eva Kruse, a diretora do evento e presidente da Danish Fashion Institute, sugerindo o tom desta edição. "É preciso tratar do assunto num contexto de negócios e não de filantropia."
Nesse aquecimento, já despontam algumas das questões mais quentes. Entre elas está a transparência das cadeias produtivas e uma possível revolução na maneira fazer seu rastreamento com uso de tecnologia, a de como engajar consumidores em comportamentos mais conscientes ou o "Santo Graal" da reciclagem: os tecidos mistos (algodão, viscose, poliéster e microfibra, por exemplo) em larga escala.
Por fim, mas não menos importante, a eterna e desconfortável questão: quem paga esta conta?