Ter uma alimentação saudável e praticar atividades físicas fazem parte dos cuidados com a saúde. No entanto, as limitações impostas pela pandemia do novo coronavírus dificultaram essas tarefas, o que motivou algumas pessoas a procurarem ferramentas para adaptar os hábitos às novas rotinas.
Uma solução é o uso de aplicativos que, apesar de úteis, exigem atenção.
"Estratégias para melhorar a saúde sempre levam em conta vários aspectos da vida", afirma Eduardo Kokubun, professor doutor do Departamento de Educação Física do Instituto de Biociências no campus de Rio Claro (173 km de SP) da Unesp. Ele diz que fazer exercícios ou dietas isoladamente não bastam, ou seja, o cuidado com a saúde é uma coisa integrada.
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Kokubun afirma que a preocupação com o uso de aplicativos é a falta de orientação para necessidades individuais. Copiar um exercício inadequado pode causar problemas nos músculos e articulações. "Isso não significa descartar os aplicativos, pois têm funcionalidades úteis e podem ser usados junto com o acompanhamento profissional."
O ideal é fazer exercícios que a pessoa já esteja habituada e iniciar por aquecimento. "Independentemente de aplicativos, qualquer movimento conta."
Ele afirma que, ao menos, 30 minutos diários de atividade física, como caminhada ou limpar a casa, é o recomendado.
O percentual de pessoas que passou a utilizar aplicativos e vídeos para se exercitar foi de 4%, antes da pandemia, para 60%, conforme mostra a pesquisa online "Efeitos da atividade física e do exercício sobre o bem-estar no contexto da pandemia de Covid-19".
O estudo foi feito com 592 pessoas de todas as regiões do país e realizada por pesquisadores da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), da Universidade Federal do Ceará e da PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro).
Patrick Freitas, 21, é auxiliar administrativo e começou a utilizar um aplicativo gratuito com exercícios físicos no mês passado, seis dias por semana, para perder peso. "Só não me cobro tanto", afirma.
Recurso deve ser usado com cuidado, diz nutricionista
Outro campo que aparece de formas variadas nas lojas de aplicativos é o da alimentação. Segundo Selma de Britto Gonçalves, coordenadora do Setor de Ética do Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região SP-MS, há apps que fazem leitura de rótulo, sugerem cardápios com diferentes valores calóricos e fornecem informações sobre o prato de comida, por exemplo.
Além disso, caso o recurso tenha sido construído fora do Brasil, ele pode fazer recomendações que não são compatíveis com os hábitos alimentares nacionais.
A nutricionista explica que é importante entender que o aplicativo é um banco de dados. Por isso, é preciso estar atento às funcionalidades. "Não é uma consulta a distância. Vai ser um facilitador para cumprir as orientações de um profissional."
Gonçalves ressalta que é o nutricionista quem faz diagnósticos, ensina a ter hábitos saudáveis e personaliza o plano alimentar (ou dieta) conforme as necessidades individuais, levando em conta características físicas (como peso e altura), de saúde (como doenças crônicas), da rotina (como horário de trabalho e dinâmica familiar) e econômicas (segundo o poder aquisitivo).
A profissional alerta que aplicativos não são recomendados para pessoas que já tenham algum transtorno alimentar, pois podem potencializar comportamentos nocivos à saúde. Ela também destaca que, caso o uso se torne uma fonte de estresse, ansiedade e angústia, é sinal de que está havendo exagero.