As aplicações da toxina botulínica para o tratamento de enxaqueca crônica em adultos, doença que atinge cerca de 2% da população mundial, foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). A alternativa que utiliza toxina botulínica do tipo A (popularmente conhecido como botox), é aplicada nas regiões da testa, da têmpora, atrás da cabeça, no pescoço e nas costas, a cada quatro meses e que pode diminuir ou acabar com as dores.
De acordo com o neurologista Paulo Rogério Bittencourt, do Hospital Nossa Senhora das Graças, a enxaqueca popularizou-se, e virou sinônimo de dor de cabeça. "A enxaqueca é uma doença de crises complexas e envolve metade da cabeça. Costuma ser mais longa que uma dor de cabeça simples, podendo durar de quatro até 72 horas, com longos dias de intervalo sem dor", enfatiza.
Ele explica que a dor contínua ou quase diária é dor de cabeça e ocorre em todas as idades, porém as mulheres jovens ainda são a maioria entre a população atingida. "O tratamento pode ser realizado com atividade física e mudança de hábitos de vida, orientados por pessoas especializadas ou remédios prescritos por neurologistas clínicos", orienta Bittencourt.
O neurologista realiza aplicações de toxina botulínica para enxaqueca, provocada por contração dos músculos da região do pescoço e ombros. "Usamos em pessoas com fortes dores e que não respondem satisfatoriamente a outros medicamentos", esclarece.
O médico explica que a toxina botulínica quando injetada em pequenas doses, paralisa o músculo e evita sua contração, eliminando a dor. "Podemos compará-la a uma atividade física aliada com hábitos de vida saudáveis, pois diminui a contratura de alguns músculos da cabeça, do pescoço e das costas que estão contraídos em excesso no paciente", exemplifica.
Causas
Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaléia, existem dez situações que podem estimular as crises de enxaqueca:
- Estresse e ansiedade;
- Jejum prolongado;
- Períodos curtos de sono;
- Ciclo hormonal das mulheres;
- Irritabilidade e alterações de humor;
- Excesso de cafeína;
- Vida sedentária, sem exercícios físicos;
- Uso abusivo de analgésicos;
- Consumo de alimentos como o chocolate, frutas cítricas, gordura, glutamato monossódico, adoçantes e derivados do leite;
- Componentes genéticos.