Você já se imaginou dormindo dias seguidos, ou mesmo semanas, sem ao menos levantar-se para comer ou tomar banho? Você pode até não ter ouvido falar de um caso parecido, mas isso é possível. Apelidada como "Síndrome da Bela Adormecida", a doença de Kleine-Levin (SKL) é um raro distúrbio neurológico que faz com que a pessoa durma por períodos de 16 a 24 horas, ininterruptas, por até três semanas seguidas.
Mas o que vem a ser exatamente esta síndrome? De acordo com Carolina Elena Carmona de Oliveira, fisioterapeuta da Duoflex e especialista em Medicina do Sono, a doença caracteriza-se por episódios de hipersonia, associados a distúrbios cognitivos e comportamentais. A causa da síndrome ainda é desconhecida, mas pode estar ligada a infecções ou outras doenças. Em sua maioria, afeta adolescentes do sexo masculino, que também podem apresentar hipersexualidade, irritabilidade e o hábito de comer compulsivamente. "Além de afetar o padrão do sono, a síndrome também altera o comportamento do indivíduo. Os pacientes sofrem confusão, desorientação e apatia, o que limita a realização de tarefas cotidianas, como por exemplo, ir à escola ou ao trabalho e cuidar de si próprio", comenta a especialista.
Por se tratar de um distúrbio raro, o diagnóstico é um desafio, sendo feito por exclusão, ou seja, eliminação de outras doenças que compartilham os mesmos os sintomas. "Pacientes que tenham quadro de hipersonia, sonolência excessiva durante o dia e/ou sono prolongado à noite, devem estar atentos, pois esse pode ser um indício", diz Carolina.
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Quanto ao tratamento, não há nenhum específico e definitivo para curar ou controlar a síndrome. Alguns aspectos da doença podem ser tratados com medicamentos específicos para a sonolência diurna excessiva e para os sintomas psíquicos subjacentes. A boa notícia, no entanto, é que o distúrbio pode desaparecer como surgiu, o que geralmente ocorre após dez ou 15 anos.