"Caça" e "caçadores": eles estão por toda parte. Ao invés de assustar, os "monstrinhos de bolso" (pocket monsters ou, como são conhecidos, Pokémons) divertem milhões de pessoas em todo o mundo desde julho – no Brasil, o Pokémon Go, jogo de realidade aumentada para smartphones, chegou em 3 de agosto. O sucesso vem da mistura de jogo e realidade. Na tela do smartphone, os pokémaníacos veem o mundo real, como na câmera do seu celular, mas habitado por monstrinho do Pokémon.
Crianças, adolescentes ou adultos, o jogo está fazendo as cabeças dos aficionados por games. Porém, o aplicativo que pede para que os jogadores desloquem-se fisicamente para capturar os monstrinhos pode trazer benefícios e malefícios à saúde. A psicóloga Anna Lívia, do Hapvida Saúde, destaca os pontos positivos e negativos de se tornar um "caçador" de Pokémons. "Por um lado, o jogo pode ajudar no aprendizado, combater o ócio e aumentar a interação social, mas, por outro, pode prejudicar a visão, causar vício e, principalmente, acidentes decorrentes da falta de atenção que o Pokémon Go provoca", salienta ela.
De acordo com a especialista, os jogos como Pokémon Go são excelentes para distrair a mente, ocupar o tempo livre e melhorar a memória e concentração. No entanto, para alcançar esse objetivo é importante não passar mais de duas horas por dia jogando, para evitar os danos que este tipo de jogo também pode causar à saúde.
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Pokémon Go é um jogo que combina o mundo real com virtual. "Para capturar os pequenos bichinhos, pode ser necessário enfrentar situações de risco como ter que atravessar ruas ou se colocar em locais pouco povoados, o que pode não ser seguro na vida real, havendo o risco de quedas ou assaltos, por exemplo", afirma.
Contudo, ele é um bom estímulo para o cérebro, sendo útil para acelerar as conexões nervosas e facilitar o aprendizado. Além disso, este tipo de jogo eletrônico favorece o planejamento estratégico, pensamentos lógicos e tomada de decisões no mundo virtual que podem ter reflexo também na vida real.
Para Anna, este tipo de jogo ainda tem o benefício de manter a pessoa ocupada tanto física como mentalmente, o que pode ser benéfico para ultrapassar barreiras emocionais e para evitar ficar obcecado com o mesmo pensamento repetidamente, que pode até mesmo atrapalhar a vida da pessoa. "Ao caminhar, ele estimula também uma atividade física, ajudando a combater o sedentarismo", falou ela.
Além disso, outro fator muito debatido desde o lançamento do game é a interação que ele proporciona aos jogadores, ou não. "Há um aumento no número de grupos que se juntam em locais públicos para caçar pokémons. Nestes grupos as pessoas, podem conversar entre si para trocar dicas de jogo e, assim, desenvolver novas amizades", disse.
Fique sempre atento
Anna diz que o jogo requer um maior nível de concentração na tela do celular e, dessa forma, fica mais difícil estar atento ao que se passa ao redor. "isso aumenta o risco de quedas ou atropelamentos. Além disso, como é necessário caminhar, muitas pessoas estão optando por jogar enquanto dirigem, o que pode levar a acidentes de trânsito sérios", alerta ela.