A contracepção é um marco para a saúde feminina. A partir de sua utilização, as mulheres puderam ingressar e se desenvolver no mercado de trabalho, planejar a família e ter ganhos significativos no quesito liberdade sexual. Na contramão desse avanço, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou recentemente que, das 208 milhões gestações anuais em todo o mundo, 41% não são planejadas. E quanto mais jovens são as mulheres, maior a incidência, principalmente na faixa entre 18 e 24 anos.
No Brasil, 80% das mulheres fazem uso de algum método contraceptivo, segundo a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS), do Ministério da Saúde. No entanto, outra pesquisa recente feita pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), em parceria com a Bayer, mostrou que 60% das jovens ainda têm vergonha de falar sobre sexo e contracepção.
Existem dois tipos de métodos contraceptivos: os de curta e os de longa duração. Na primeira categoria estão contemplados preservativos, contraceptivos orais, adesivos anticoncepcionais, anéis vaginais e medicamentos injetáveis mensais - todos eles necessitam da participação ativa e regular da usuária para garantir a eficácia. Estes métodos apresentam menores taxas de continuidade e satisfação, quando comparadas com as taxas dos métodos de longa duração, e se não utilizados corretamente, os métodos de curto prazo podem dar oportunidade para uma gravidez não planejada.
Entre os métodos de longa duração, temos o implante contraceptivo e os dispositivos intrauterinos (DIU), que proporcionam eficácia contraceptiva similar a da laqueadura, com o benefício de serem reversíveis.
O DIU, considerado um dos métodos mais seguros que existe, está disponível em duas versões: o DIU de cobre e o DIU hormonal (também conhecido como DIU medicado). Depois da pílula anticoncepcional, o DIU é o método de maior utilização no mundo.
A decisão das mulheres ao optarem pelo DIU hormonal está relacionada aos seus diversos benefícios, que vão além da contracepção. "Essa é a melhor opção para as mulheres com grande fluxo menstrual e que desejam reduzi-lo. O hormônio levonorgestrel (um derivado da progesterona), causa esse efeito e, além disso, também ajuda a controlar as cólicas menstruais, principalmente para pacientes que sofrem com dismenorreia moderada a grave", alerta o Prof. Afonso Nazário, do Departamento de Ginecologia da EPM-Unifesp.
Ao optar pelo DIU de cobre ou DIU hormonal, as mulheres devem consultar o médico para avaliar se este é o método mais adequado para ela. Em caso positivo, o procedimento de colocação é realizado pelo ginecologista no próprio consultório. Inclusive, o dispositivo e o procedimento de inserção do DIU de cobre e do DIU hormonal tem cobertura pelos planos de saúde, desde 2009, quando a ANS incluiu estes métodos contraceptivos na sua resolução normativa.