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Obesidade compromete fertilidade feminina; homem também pode ser afetado

21 jul 2014 às 15:37

A obesidade é um dos piores problemas de saúde da sociedade moderna. Favorecida pelo ‘quase irrefreável’ consumo de alimentos altamente calóricos e ricos em gordura, sal e açúcar, além do aumento do sedentarismo, já é tratada como doença crônica. Dados do IBGE revelam que o excesso de peso entre mulheres saltou de 28,7% para 48% entre 2008 e 2009. Embora a maioria das pacientes obesas não seja infértil, pode-se dizer que esse grupo tem menos chances de conceber por ciclo. De acordo com Assumpto Iaconelli Junior, especialista em medicina reprodutiva e diretor do Grupo Fertility, elas normalmente enfrentam mais distúrbios no eixo hipotálamo-hipófise-ovário, no ciclo menstrual, e têm até três vezes mais chances de sofrer de anovulação. O assunto é grave e tema de inúmeros estudos e iniciativas que buscam compreender, prevenir e reverter esse quadro.

As pacientes obesas e com sobrepeso têm um nível elevado de leptina – hormônio associado à dificuldade de engravidar. E não só a obesidade dificulta a gravidez, como também o processo de implantação e resposta ao tratamento. Por isso, especialistas em fertilização assistida costumam oferecer todo um suporte para a paciente perder peso antes de dar início a um tratamento para engravidar. Em muitos casos, a perda de peso – depois de uma modificação radical no estilo de vida e de se alimentar, ou ainda depois de uma cirurgia bariátrica – pode contribuir muito para restaurar o ciclo menstrual e a ovulação, aumentando as chances de concepção.


Estudos desenvolvidos no Instituto Sapientiae, braço acadêmico do Grupo Fertility, revelam que pessoas que modificaram seus hábitos alimentares – reduzindo o consumo de fast food e bebidas alcoólicas – durante o tratamento de fertilização assistida, duplicaram suas chances de engravidar. "Infelizmente, o hábito de consumir os clássicos lanches com maionese e bacon, acompanhados de batatas fritas, refrigerante e sobremesa, já foi incorporado por muitos jovens, adultos e, inclusive, crianças. Esse costume faz muito mal à saúde como um todo e tem levado a um aumento sem precedentes dos casos de obesidade e diabetes, impactando também o potencial de um casal gerar um bebê", diz Iaconelli.


Além das carnes que levam hormônios para ficarem mais tenras, os alimentos que levam gordura trans na composição representam um verdadeiro perigo para a saúde, podendo comprometer as futuras gerações. Iaconelli diz que o diabetes tipo 2 geralmente está associado à obesidade e resistência à insulina. Essas duas condições podem causar deficiência hormonal na mulher, assim como ciclo menstrual irregular e infertilidade. Já o diabetes tipo 1, que normalmente acomete pacientes jovens, ocorre quando as células no pâncreas que produzem insulina são destruídas por anticorpos. Esse processo também pode se estender a outros órgãos endócrinos – incluindo os ovários – e impossibilitar a gravidez.


O especialista faz um último alerta: "Gestantes que não mantêm o diabetes bem controlado nas primeiras semanas de gravidez têm entre duas e quatro vezes mais chances de gerar uma criança com defeitos genéticos, estão mais sujeitas a hemorragias, abortos e partos prematuros. Vale dizer que a fertilidade masculina também é impactada pela obesidade e o diabetes, que resultam em maior quantidade de material defeituoso e, consequentemente, podem levar à infertilidade, problemas de gestação e abortos espontâneos, principalmente quando o paciente não sabe que está diabético. Estudos apontam que a cada seis casais em que um dos cônjuges é portador do diabetes tipo 2, pelo menos um precisa recorrer a técnicas de fertilização assistida".


Serviço:
Grupo Fertility
www.fertility.com.br

Instituto Sapientiae
www.sapientiae.org.br


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