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Passos firmes

O que fazer quando o bebê tem o pezinho torto?

Redação Bonde
22 mar 2011 às 12:23
- Reprodução
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Quando os bebês nascem, os pezinhos e mãozinhas são partes do corpo que mais chamam a atenção dos pais, seja pela perfeição das formas ou pelo tamanho minúsculo. Depois vem aquela fase 'rechonchuda', em que mais parecem pãezinhos e fica difícil resistir a uma mordida. Mas observar os pés dos pequenos vai além de achá-los fofinhos. É preciso ficar atenta ao formato do membro e, principalmente, à forma como a criança pisa, assim que firma as perninhas e dá os primeiros passos. Essa atitude ajuda a detectar possíveis problemas relacionados à formação dos pés e pode fazer a diferença no sucesso de tratamento, que deve começar o mais cedo possível.

Pé torto congênito

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Quando um dos pais tem pé torto, a chance de o filho nascer com o problema é de 3% a 4%. Mas a hereditariedade não é a única causa dessa malformação, que é duas vezes mais comum nos meninos e atinge um bebê em cada grupo de mil. "O problema pode envolver vários fatores e não se sabe exatamente por que ocorre", diz a ortopedista Monica Paschoal Nogueira, do Hospital Beneficência Portuguesa, de São Paulo. Segundo ela, a explicação mais aceita é a de um erro na formação do embrião, mas alterações no líquido espinhal, nos tecidos de conexão, como o colágeno, e no ambiente uterino (a redução do líquido amniótico, que diminui o tamanho do útero oferecendo menos espaço para o bebê e forçando sua postura) podem estar associadas.

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O Pé Torto Congênito (PTC) é uma deformidade complexa que envolve ossos, músculos, tendões e vasos sanguíneos. Normalmente as crianças apresentam o calcanhar elevado e um pé pequeno, voltado para dentro.

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A boa notícia é que o problema pode ser diagnosticado ainda no início e o tratamento é imediato, como explica Celso Santos, ortopedista pediátrico do Hospital Orthomed Center, de Uberlândia, Minas Gerais.


"Algumas vezes o diagnóstico de pé torto é feito nos exames pré-natais. Quando isso ocorre, o tratamento é iniciado antes do nascimento, com a orientação dos pais. Logo após o nascimento, iniciamos o tratamento com manipulação manual dos pés e trocas de gesso periódicas (semanais) visando à correção da deformidade. Após a quarta ou quinta troca de gesso, realiza-se um pequeno procedimento no tendão de Aquiles a nível ambulatorial ou no centro cirúrgico sob sedação da criança. A maioria dos casos é corrigido antes do segundo mês de vida. Poucos casos necessitam de cirurgia complementar. O ideal é que o pé esteja totalmente corrigido antes que a criança comece a andar(por volta de 1 ano)", explica o médico.

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Problema tende a reaparecer


Para prevenir esse reparecimento da deformidade, na retirada do último gesso, recomenda-se usar uma órtese em tempo integral por três meses e depois apenas à noite pelo período de 2 a 4 anos. "O pé torto congênito, quando não corrigido com uso de gessos e órtese, deve ser tratado cirurgicamente, não devemos aceitar problemas que dificultem a marcha", afirma o especialista.

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A cirurgia não cura o pé torto. Ela melhora a aparência do pé, mas diminui a força dos músculos do pé e da perna, causando dificuldade para movimentar os pés a partir da segunda década de vida. Com isso, podem tornar-se dolorosos ao longo dos anos. "Normalmente as deformidades dos pés são facilmente diagnosticadas, pois chamam muito a atenção dos pais. Em caso de dúvidas deve-se procurar imediatamente um médico", conclui.


Pé chato e pé semitorto

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Mais cedo ou mais tarde, alguém vai dizer - ou você mesma pode perceber - que seu filho tem pé chato. É verdade e você não precisa se preocupar. Até os 2 anos, todas as crianças têm pé plano, como é conhecido entre os ortopedistas. A curvatura depende do desenvolvimento da musculatura, o que acontece aos poucos.


Observe com atenção e note se ele manca, se cai além do normal ou se o andar parece diferente. Esses podem ser sinais de problemas nos pés. "Quanto mais cedo os pais perceberem, mais rápido começam os cuidados para evitar complicações como dores na coluna", alerta o ortopedista Antonio Augusto Couto de Magalhães, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina e Cirurgia do Pé.

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Segundo Magalhães, o que chega com mais frequência no consultório médico nessa fase é a observação dos pais de que o filho tem pé chato, sem curvatura. Entre 1 e 2 anos, porém, os pés de todas as crianças são assim. "A curvatura do pé só aparece depois de 2 anos e meio, 3 anos de idade. O pé chato tem grande incidência na população infantil, mas não pode ser diagnosticado nessa época", diz.


Outro problema comum é o pé semitorto para dentro – a parte do calcanhar é normal, mas a da frente do pé é para dentro. "A criança nasce com o desvio, mas ele pode ser sutil e os pais só perceberem quando o filho começa a andar", diz o médico. A correção pode ser feita com exercícios, gesso, sapatos ortopédicos ou cirurgia, e a criança não deve dormir de bruços. A posição força o pé a ficar ainda mais para dentro.


Andar descalço ajuda

A primeira consulta com o ortopedista pediátrico deve acontecer por volta dos 2 anos, ou antes, a pedido do pediatra. Essa é a melhor forma de acompanhar a evolução da curvatura do pé - e de checar o desenvolvimento dos ossos em geral. O ideal é que a criança seja analisada por esse especialista uma vez por ano. Andar descalço em superfícies diferentes, correr, brincar e usar sapatos confortáveis, sem salto, também ajudam a "moldar" o pé.


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