Casais inférteis ou com alguma dificuldade em ter filhos comemoram a descoberta de uma nova técnica que está revolucionando a medicina reprodutiva. Trata-se da Hibridização Genômica Comparativa, também conhecida pela sigla, em inglês, CGH. "O procedimento, que já é realizado no Brasil, aumenta a taxa de implantação embrionária e a chance de gravidez, diminui os abortos espontâneos e a má formação fetal", comenta o especialista em reprodução humana e diretor científico do Instituto Brasileiro de Reprodução Assistida (IBRRA), Bruno Scheffer.
Scheffer explica que o CGH foi desenvolvido, inicialmente, para avaliar o DNA genômico de tumores e posteriormente foi adaptado para avaliar DNA de células sadias. "Com o CGH é possível analisar os pares de cromossomos das células embrionárias antes da transferência com o intuito de detectar se há alterações no número de cromossomos ou em seus genes" explica o médico. A partir dessa análise, há a possibilidade de selecionar os embriões mais saudáveis e com mais chances de implantação no útero. "A técnica é bastante detalhista e possibilita rastrear doenças genéticas e anomalias cromossômicas". Através de avaliação microscópica, os embriões podem até parecer morfologicamente normais, mas no seu DNA eles podem apresentar alteração numérica de cromossomos antes não estudados. O especialista enfatiza que anormalidades cromossômicas embrionárias podem ocorrer entre 40 a 60% dos pré-embriões de mulheres com menos de 35 anos e 80% de mulheres com mais de 40 anos.
Outros exames utilizados anteriormente também analisavam a sequência cromossômica, entre eles a técnica de fluorescência, da sigla, em inglês, FISH, que consiste do diagnóstico genético pré-implantacional e que analisava apenas 7 ou 9 ou 12 pares de cromossomos. De acordo com Scheffer, o grande diferencial do CGH é análise completa de todos os 23 pares de cromossomos. "A hibridização genômica comparativa evita que sejam implatados embriões com má formação ou com algum distúrbio genético como as Síndromes de Down, Turner e Klinefelter, Edwards, Patau; e outros. Dessa forma, transferindo somente embriões normais a chance de implantação aumenta de 40% para até 76%, melhorando assim o sucesso de uma gravidez assistida", ressalta.
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O uso do CGH com a finalidade de estudar células embrionárias precedente a transferência em um mesmo ciclo de tratamento chegou ao Brasil em meados de 2010. Mas, essa é uma técnica já aplicada países da Europa e nos Estados Unidos.