Pouca gente sabe, mas as roupas das crianças - principalmente as menores - podem oferecem riscos à segurança dos pequenos. De acordo com informações da Ong Criança Segura, diariamente são registradas ocorrências de crianças que sofrem acidentes devido a botões que se soltam e são engolidos, ou cordões que ficam presos em móveis ou brinquedos.
Para dar fim a incidentes do gênero, acaba de ser publicada a Norma ABNT NBR 16365/2015, referente à Segurança de Roupas Infantis. As novas regras foram elaboradas por uma comissão de estudos do Comitê Brasileiro de Têxteis e do Vestuário (ABNT/CB-17), formado pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), pela Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), pela Ong Criança Segura, entre outras entidades.
Além de promover a segurança dos pequenos, a Norma de Segurança de Roupas Infantis vai orientar a indústria de vestuário infantil para os critérios de fabricação, minimizando o risco de acidentes devido ao uso de cordões, cintos e aviamentos das peças, levando em consideração a idade e as atividades cotidianas de cada faixa etária.
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Vale lembrar que, por enquanto, trata-se de uma norma voluntária a qual as confecções já podem se adequar. No entanto, devido a importância do assunto, a Norma pode se tornar Lei no período de seis meses a um ano. Publicada a Lei, as confecções e o varejo passarão a ser fiscalizados.
"Acreditamos que, com iniciativas deste tipo, a indústria têxtil e de confecção brasileira estará cada vez mais preparada para atender o consumidor com segurança, além de poder competir internacionalmente, em mercados que já fiscalizam essas roupas. É importante frisar que a partir do momento em que a Norma se tornar Lei, os importados também deverão obedecer as regras e estarão sujeitos à fiscalização", explica Rafael Cervone, presidente da Abit.
Além de estabelecer os requisitos mínimos de segurança e desempenho do vestuário infantil, as novas regras estabelecem a padronização de tamanhos das peças, e são válidas tanto para as lojas físicas como para o e-commerce e vendas por catálogos.
Acidentes
Roupas com cordões com mais de 5 cm, botões, capuzes, costuras grossas ou partes protuberantes, etiquetas costuradas com fios de poliamida, podem ser um perigo para as crianças, principalmente para as menores.
Os dados oficiais brasileiros não são específicos sobre acidentes com vestuário, mas mostram que mais de 500 crianças foram hospitalizadas, e que a sufocação é a principal causa de mortes de bebês de até um ano de idade.
De acordo com a Consumer Product Safety Commission (CPSC), nos Estados Unidos, de 1985 a 2011, ocorreram 110 casos de acidentes com crianças envolvendo vestuário, sendo que oito, resultaram em morte. Entre janeiro de 2012 e dezembro de 2013, a CPSC anunciou mais de 760 lembretes de roupas e acessórios infantis que poderiam oferecer riscos de estrangulamento.