Cesáreas agendadas sem necessidade colocam em risco a vida da mãe e do bebê. Ainda assim, um levantamento feito pelo Ministério da Saúde e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que 53,5% dos partos realizados no Brasil foram marcados ainda durante a fase de pré-natal. Entre os nascimentos realizados na rede pública, pelo SUS (Sistema Único de Saúde), 35,79% foram agendados. Na rede privada, a taxa é mais que o dobro: 74,16%. Os dados são do terceiro volume da Pesquisa Nacional de Saúde, feita em 64 mil casas em 1.600 municípios do país entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014.
"As cirurgias cesarianas agendadas, feitas sem a indicação técnica adequada, sem que a mulher sequer entre em trabalho de parto, aumentam a probabilidade do surgimento de problemas respiratórios para o recém-nascido, em 25% os óbitos infantis neonatais e triplicam o risco de morte materna", ressalta o ministro da Saúde, Arthur Chioro. A recomendação do Ministério é que a via de parto seja uma decisão tomada em conjunto pela mulher, pelo profissional de saúde, que pode ser o médico, a enfermeira obstetra ou a obstetriz.
Parto e grau de escolaridade
Leia mais:
Celulite: por que surge, quais as principais causas e como tratar?
Arábia Saudita autoriza mulheres a dirigirem automóveis
'Nem todas as mulheres podem ser modelos', diz estilista da Dior
Empresa dos EUA cria fantasia de 'Kylie Jenner grávida' para o Halloween
A pesquisa constatou ainda que a maior parte das mães que teve cesárea agendada tem maior grau de escolaridade; 56,1% delas completaram o ensino fundamental completo, enquanto 38,3% não tinham instrução ou apenas o fundamental incompleto. Entre as mães que tiveram parto vaginal, 65,3% não tinham instrução ou tinham apenas o nível fundamental incompleto e 39,3% tinham completado o ensino fundamental.
Acompanhamento pré-natal em dobro
A pesquisa também investigou como anda a realização do pré-natal. As notícias são positivas nesse ponto. Enquanto em 2003 foram registradas 9,7 milhões de consultas de acompanhamento de gestação, em 2014 foram realizadas mais de 20 milhões, um aumento de 105%, ou seja, mais que o dobro. De acordo com os números do Ministério, 97,4% das mulheres que tiveram o último parto entre julho de 2011 e julho de 2013 fizeram o pré-natal. De acordo com os dados levantados, 69,2% afirmaram terem sido alertadas sobre sinais de risco na gravidez, 82,4% foram orientadas sobre a amamentação, 74,9% foram informadas sobre o local para onde deveriam se dirigir na hora do parto e 97,9% tiveram seus bebês em um hospital ou maternidade.