A maior parte das queixas de dor nas costas hoje em dia vem do sexo feminino. Vários fatores influenciam para essa situação, como má postura no trabalho, falta de exercícios físicos, gravidez, doenças, estresse, entre outras condições que fazem com que a mulher esteja mais propensa a sofrer com esse tipo de problema. A modernidade e a chegada da mulher ao mercado de trabalho também contribuem para esses fatores, já que a maioria das mulheres tem sua rotina intensificada com os cuidados com a família, filhos, trabalho (muitas trabalham em escritórios e passam o dia inteiro sentadas), além de agravantes como o uso do salto alto em atividades diárias.
As estatísticas evidenciam em mulheres um aumento na incidência de hérnias de discos e lesões da coluna relacionadas ao mercado de trabalho. O neurocirurgião especializado em coluna Marcelo Perocco explica que o uso constante do salto é muito prejudicial à coluna. O corpo humano tem um eixo que vai da cabeça ao centro da bacia, que se denomina Balance Sagital, e a utilização do salto alto favorece o desbalanço deste eixo, sobrecarregando a coluna da mulher. "Quanto maior a altura do salto, mais o quadril se pronuncia para trás, prejudicando a coluna. A curto prazo o uso de saltos pode gerar só dores lombares, mas se a coluna for exposta diariamente a esse esforço ela pode sofrer um desgaste maior, podendo gerar problemas mais graves no futuro, como uma hérnia de disco", alerta o especialista.
Outros fatores que afetam a coluna das mulheres são:
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Estresse emocional: ligeiramente mais comum nas mulheres a dor cervical pode ser causada por estresse emocional.
Seios grandes: os seios muito grandes e pesados podem contribuir para o stress na coluna causando até deformidades. Nestes casos a redução mamária precisa ser considerada.
Ciclo menstrual: por conta das alterações hormonais o ciclo menstrual pode causar dores nas costas, principalmente musculares.
Osteoporose: as mulheres são muito mais propensas a desenvolver osteoporose que os homens. Os ossos femininos são naturalmente mais finos e leves e a osteoporose tem maior probabilidade de ser geneticamente transferida para a filha mulher do que para o filho homem. Microfraturas da coluna ocorrem na osteoporose, sendo a fonte de dor na coluna e no quadril.
Fibromialgia: muito mais comum em mulheres que em homens, essa doença reumatológica provoca dores intensas em todo o corpo.
Artrite na coluna afeta mulheres e homens, mas como as mulheres tem um esqueleto anatomicamente mais frágil, os resultados da artrite acometem mais o sexo feminino.
Câncer de mama e pulmão podem causar dores na coluna torácica e lombar alta. Quando aparecem dores nessa região que não estão relacionadas a esforços físicos ou traumas, estas doenças devem ser excluídas.
A gravidez também é um fator contribuinte para o maior número de mulheres com dores nas costas, principalmente no terceiro trimestre da gestação. Estudos relatam que mais de 50% das gestantes sofrem com problemas na coluna. Isso ocorre pelas mudanças estruturais que acontecem no corpo feminino. Com o crescimento do bebê, o centro de gravidade da gestante se desloca para frente e para compensar ela se curva para trás, causando a lordose.
Segundo o neurocirurgião Marcelo Perocco o ideal seria que cada mulher entendesse as necessidades de seu corpo, evitando situações que lhe causem dor. "A prática de exercícios físicos e fortalecimento muscular, além de uma alimentação saudável para manter o peso ideal também evitam problemas na coluna. No período de gravidez por exemplo, as dores podem ser amenizadas com exercícios leves, além de geralmente desaparecerem depois do nascimento do bebê", finaliza o neurocirurgião.