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Técnica arriscada

Mulheres congelam ovários para atrasar relógio biológico

Redação Bonde
11 jun 2012 às 11:30
- Reprodução
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Recentemente, um especialista em infertilidade anunciou planos de abrir uma nova clínica em Londres para mulheres jovens que querem "atrasar o seu relógio biológico", congelando seus ovários. O procedimento, já disponível nos Estados Unidos, estará ao alcance das mulheres britânicas nos próximos seis meses.

O objetivo deste especialista em infertilidade é "assegurar a fertilidade futura", congelando pedaços de ovários de mulheres com menos de 30 anos, em nitrogênio líquido. Assim, quando futuramente, uma dessas mulheres desejar ter um filho, ela retornará à clínica e, mediante o pagamento de outra taxa, o pedaço de tecido seria reenxertado ao ovário dentro do corpo, e após alguns meses, ela seria capaz de conceber...

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Do ponto de vista comercial, o serviço é fantástico, pois daria autonomia às mulheres, permitindo-lhes melhorar sua educação, ganhar novas habilidades e se tornarem muito bem sucedidas no trabalho. Isto tudo sem comprometer suas chances de eventualmente criar uma família.

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"Parece maravilhoso, mas a oferta deste serviço não é apenas profundamente preocupante, também é absolutamente imoral. Até hoje, no mundo todo, apenas 19 bebês já nasceram como resultado do congelamento de tecido ovariano. O procedimento só é permitido em alguns países, pois as pesquisas neste campo precisam avançar muito", afirma o ginecologista Nelson Júnior, diretor do Projeto Alfa, Aliança de Laboratórios de Fertilização Assistida.

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Até agora, a maioria das mulheres que se submeteram ao congelamento de tecido ovariano é de pacientes com câncer, procurando preservar sua fertilidade. No entanto, os médicos britânicos planejam oferecer este procedimento para um grupo maior de mulheres, incluindo aqui as que se dedicam às suas carreiras e às que ainda não encontraram "o príncipe encantado".


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O declínio natural da fertilidade é mais rápido nas mulheres do que nos homens. Com 20 anos de idade, a mulher tem cerca de 30% de chances de conceber a cada mês. Com a idade de 33 anos, cerca de 25%. Aos 35 anos, já começa uma diminuição dramática da capacidade de conceber. Por isso, aos 40 anos, a mulher tem menos de 8% de chances de concepção a cada mês. E aos 43, este percentual é inferior a 3%.


Então congelar o tecido ovariano parece ser uma "solução racional". Um problema, porém, é que quase todos os óvulos estão na parte externa do ovário. A fim de retirar o tecido para ser congelado, o cirurgião, usando um telescópio, tem de retirar este revestimento exterior, ou, pelo menos, um terço dele, para ser capaz de remover uma parte do ovário contendo cerca de 60.000 óvulos. "O procedimento também parece fácil, mas pode danificar o ovário e causar aderências, o que tornará a concepção natural ainda menos provável. Retirar uma amostra de tecido ovariano dessa forma pode também provocar uma menopausa precoce, o que seria devastador para a mulher", pondera o Nelson Júnior.

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É preciso saber também que reenxertar o tecido ovariano é um processo complexo. "Uma vez que ele é colocado de volta no corpo, após o descongelamento, anos mais tarde, não há garantia de que o enxerto irá funcionar. É preciso desenvolver um novo suprimento de sangue para oxigenar este tecido, mas o ovário não é provido de muitos vasos sanguíneos. Assim, as mulheres correm o risco de ficar com o tecido morto dentro delas, um foco de infecção", diz o diretor do Projeto Alfa.


Além de todos os problemas já mencionados, o processo de congelamento pode causar danos aos óvulos. "Não temos certeza se os bebês nascidos como resultado deste processo terão problemas genéticos ou não. Até o momento, depois de mais de 12 anos, desde que este procedimento foi feito pela primeira vez, em seres humanos, poucos bebês já nasceram em todo o mundo. Portanto, é vergonhoso que um médico, buscando o lucro, ofereça esse procedimento experimental como uma forma de preservação da fertilidade feminina, pois já sabemos que a exposição às alterações ambientais pode influenciar o desenvolvimento de óvulos dentro do ovário e do esperma em desenvolvimento nos testículos", explica Nelson Júnior.


"Na fase atual de conhecimento humano, o congelamento de tecido ovariano não deve ser uma oferta comercial, não deve ser encarado como uma esperança para gestação futura. Precisamos nos aprofundar na questão da maternidade tardia e descobrir o porquê tantos óvulos morrem no ovário e se este processo pode ser alterado", diz o médico.

Serviço:
Projeto Alfa (www.projetoalfa.com.br)


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