Não ter filhos é uma decisão que envolve a escolha do melhor método de contracepção. Há um ou vários métodos indicados para cada caso e a escolha passa pela avaliação da mulher, do parceiro e do médico. A informação ainda é a melhor aliada para a análise dos riscos e benefícios de cada método contraceptivo.
Daniella De Batista Depes, ginecologista do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, lista abaixo os principais métodos existentes com seus prós e contras. Confira:
Métodos definitivos
Laqueadura por histeroscopia (Essure) - Consiste no microimplante de um dispositivo macio e flexível que, introduzido pela vagina por um equipamento extremamente fino (o histeroscópio), é colocado em cada uma das tubas uterinas e forma uma barreira natural irreversível que impede a passagem do espermatozoide. Até a oclusão do canal, durante os três primeiros meses, a paciente deve continuar a usar outra forma de contracepção. O método tem eficácia de 99,8%, é um procedimento moderno, rápido, ambulatorial e minimamente invasivo. Realizado sem cortes, dispensa o uso de anestesia e internação. Não contém medicamentos ou hormônios. O retorno às atividades diárias é imediato. Como todo método definitivo, a mulher precisa ter mais de 25 anos ou dois filhos.
Laqueaduras cirúrgicas - Com a obstrução das tubas, o espermatozoide é impedido de chegar ao óvulo. A cirurgia não pode ser feita no momento do parto, a não ser que a mulher corra risco de morte caso engravide novamente. Pode ser feita por duas vias, laparotômica, com uma incisão grande, ou laparoscópica, com duas ou três pequenas incisões, quando a cirurgia conta com o auxílio de uma minicâmera inserida no interior do abdômen.
Vasectomia - Realizado no homem, é um procedimento cirúrgico permanente, seguro, simples e rápido. Pode ser feito em uma clínica ou consultório. Não afeta o desempenho sexual masculino.
Métodos reversíveis
DIU (Dispositivo intrauterino) - É um objeto pequeno de plástico flexível, podendo conter cobre ou hormônio. O dispositivo é inserido no útero da mulher e pode ser realizado em ambulatório. O DIU hormonal reduz o fluxo menstrual e as cólicas. É reversível, não interfere nas relações sexuais e tem alta eficácia.
Contraceptivo oral - É o método mais popular. Pode prevenir, além da gravidez, os sintomas da TPM, acne, endometriose, cólica e síndrome dos ovários policísticos, além de regular o ciclo menstrual. Exige disciplina para ingestão oral diária. Contraindicado para mulheres fumantes com mais de 35 anos e hipertensas.
Contraceptivo injetável - Com os mesmos princípios da pílula, a injeção de hormônios pode ser feita mensal ou trimestralmente. Dispensa a disciplina da ingestão oral diária.
Implante - Pequeno bastão inserido embaixo da pele na parte superior do braço, que libera hormônio lentamente em doses constantes. Reduz a menstruação, pode reduzir a TPM e tem validade de três anos.
Anel vaginal - Feito de silicone, é introduzido pela mulher na região vaginal e libera hormônios diretamente na circulação sanguínea. Apresenta eficácia de 99,6% a 99,8%, não oferece incômodo e tampouco atrapalha o ato sexual. Diminui o fluxo menstrual e a frequência de cólicas.
Adesivo - O anticoncepcional sob a forma de adesivo deve ser colado na pele do braço, nádega ou abdome, e libera aos poucos os hormônios no organismo. Não pode ser utilizado por mulheres que pesam mais de 90 kg. O adesivo pode descolar com suor excessivo ou com banhos muito quentes.
Contracepção de emergência - A pílula do dia seguinte não deve ser considerada um método contraceptivo, pois deve ser usada quando o método habitual falhar. Possui alta dosagem hormonal.
Métodos de barreira
Preservativo - Único método que protege de doenças sexualmente transmissíveis (DST). Existem modelos variados, das femininas às masculinas. Mas sua segurança depende de armazenamento adequado, da técnica de uso e, principalmente, da utilização em todas as relações sexuais.
Diafragma - Cúpula flexível que a mulher coloca na vagina cobrindo completamente o colo uterino e a parte superior da vagina, impedindo a passagem dos espermatozoides. Recomenda-se o uso associado ao creme espermicida.
Métodos comportamentais
Tabelinha - Técnica para evitar a gravidez mediante a auto-observação de sinais e sintomas que ocorrem no organismo feminino ao longo do ciclo menstrual. O cálculo do período fértil da mulher é feito mediante a análise de seu padrão menstrual prévio. O casal deve abster-se de relações sexuais com contato genital durante o período fértil. É aconselhada a associação de outro método, como o preservativo.
Coito interrompido - A relação sexual interrompida antes da ejaculação é uma prática que pode ser considerada, mas não é recomendada, como método anticoncepcional. Pode ser útil em situações de emergência, mas apresenta alta possibilidade de falha. Deve ser prontamente substituído por outro método contraceptivo mais eficaz.