A maioria das pessoas já ouviu falar do efeito nocivo do Sol, mas ainda insiste em ficar exposta sem proteção aos raios ultravioletas, tornando-se suscetível ao câncer de pele, tumor mais incidente no Brasil. Somente em 2012 foram registrados 140 mil novos casos da doença, segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer)."Infelizmente as pessoas não se conscientizaram de que esse tipo de câncer pode levar à morte", alerta o médico Cid Gusmão, da equipe de oncologia clínica do HCor – Hospital do Coração, em São Paulo.
Predominante em pessoas de pele, olhos e cabelos claros, com sardas e pintas pelo corpo, o câncer de pele se divide em dois tipos: melanoma, mais agressivo e de alta letalidade (6 mil casos em 2012), e não melanoma, de maior incidência e de baixa mortalidade (134 mil casos em 2012). Apesar não distinguir faixa etária ou sexo, esse tipo de tumor acomete as pessoas a partir dos 40 anos, principalmente.
O melanoma, cuja origem está nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele) é mais grave por se tratar de uma neoplasia agressiva, com uma alta ocorrência de metástases (quando o câncer se espalha pelo organismo). Estudos apontam que caso não seja tratado em um ano do aparecimento da lesão, ele pode ser fatal em 75% dos casos. Já, entre os tipos não melanoma, os mais comuns e menos agressivos, estão o carcinoma basocelular (70% dos casos, originário nas células dos folículos pilosos) e o carcinoma epidermoide (25% dos casos, originário na camada espidérmica da pele).
Apesar de básicas e simples, as duas frentes de combate ao câncer de pele, argumenta o Dr. Gusmão, são obstáculos a serem ultrapassados. "Temos de educar a população para a importância da prevenção, alertando sobre os cuidados a serem tomados durante a exposição solar, e para o diagnóstico precoce, já que mais de 50% dos casos são tratáveis quando identificados em estágio inicial", afirma.
De acordo com o especialista, é essencial que as pessoas façam o autoexame na pele periodicamente:"É preciso se atentar ao aparecimento de pintas e manchas que mudam de cor, formato, tamanho, descamam, coçam, ardem e até sangram. As feridas que não cicatrizam em até 4 semanas constituem outro sinal de alerta. Na dúvida, o paciente deve procurar a ajuda de um especialista para fazer o diagnóstico correto".
Como os raios solares possuem efeito cumulativo na pele, os médicos costumam dizer que o câncer de pele de hoje é resultado de todo o sol tomando na vida, desde a infância. Para o especialista do HCor, os adultos devem proteger e ensinar as crianças a se cuidarem desde os primeiros meses de vida. "Num país como o Brasil, o protetor solar deve se tornar produto indispensável e de uso diário, principalmente para aquelas pessoas que têm casos de câncer na família, já tiveram algum tipo de tumor de pele e ficam horas ao sol. As barreiras físicas de proteção, como camisetas, chapéus, bonés, guarda-sol e óculos escuros, também não devem ser esquecidas".
Qual o melhor protetor?
O ideal é optar por um produto com FPS (Fator de Proteção Solar),entre 15 e 30, no mínimo. Quanto mais clara a pele, aconselha o médico, mais alto deve ser este valor. "OFPS 50 é suficiente, não é necessário ir além deste grau de proteção, pois não há diferença na ação do produto, sem contar que são mais caros", informa.
Dicas para preservar sua pele
Números interessantes