Quando se trata de sexualidade, muitos tabus ainda rondam o tema. E quanto chega a gravidez, as dúvidas aumentam ainda mais. Será que o casal deve se abster de sexo durante a gravidez? Existem restrições na relação sexual? A forma como a gestante percebe a estética de seu corpo pode influenciar na sexualidade?
Segundo o ginecologista responsável pela reprodução humana da Criogênesis, Renato de Oliveira, a maioria dos casais que serão pais pela primeira vez vai ao médico com inúmeras dúvidas. Até mesmo entre aqueles que já tiveram problemas com gravidez, os questionamentos também se tornam evidentes. Abaixo, o especialista fala sobre os principais mitos e verdades que permeiam o assunto.
Manter relações sexuais durante a gravidez é seguro. VERDADE.
Se for uma gravidez normal, sem complicações ou riscos, o sexo é seguro, liberado e recomendado. Muitas pesquisas já mostraram que as relações sexuais são bem-vindas na gravidez, tanto fisicamente quanto emocionalmente, já que isso ajuda a manter um vínculo efetivo entre o casal. Restringir a sexualidade durante toda a gravidez acaba limitando o relacionamento, portanto, se o médico contraindicar, é importante conversar sobre outras maneiras de ter uma relação sexual sem penetração, justamente para não acabar com essa troca de olhares e carinho. Vale salientar que, em algumas situações como a presença de sangramento vaginal ou placenta de inserção baixa, não se recomenda a prática de relações sexuais durante a gravidez. Isto será avaliado e orientado pelo obstetra.
A mulher grávida não tem orgasmos. MITO.
A mulher grávida pode ter orgasmos normalmente. Se isso não estiver ocorrendo, na maioria das vezes e após avaliação médica, o que poderia atrapalhar a relação é o fator psicológico. Há casais que optam por não ter relações sexuais com penetração, devido ao tamanho da barriga ou à proximidade com o parto, preferindo dedicar-se ao sexo oral ou a masturbação mútua. Esta opção pode ser feita.
Algumas mulheres, durante a gravidez, tem a libido diminuída. VERDADE.
Isto pode acontecer, afinal, as mudanças no corpo podem afetar a vida sexual em algum momento. Há mulheres que sentem ainda mais prazer, pelo fato de não terem de se preocupar com a contracepção. Mas outras ficam mais cansadas ou enjoadas, principalmente no primeiro trimestre. Vale destacar que o segundo trimestre costuma ser marcado pelo reacendimento da libido, que pode voltar a diminuir quando a gravidez chega ao terceiro trimestre, por conta do desconforto da barriga ou pela ansiedade com a aproximação do parto.
O ato sexual prejudica o bebê. MITO.
O bebê não é prejudicado com o ato sexual, pois a membrana protetora que sela a cerviz ajuda a protegê-lo. Além disso, o saco amniótico e os fortes músculos do útero também o protegem. Durante um orgasmo, por exemplo, o bebê pode mexer-se mais vezes.
O orgasmo pode induzir o parto. VERDADE.
Há esta possibilidade uma vez que o orgasmo liberta oxitocina, que faz com que o útero sofra contrações. O sêmen também contém prostaglandinas, que pode causar um efeito semelhante se for ejaculado na vagina nestas condições.
Os fetos também se beneficiam da sensação de prazer devido a liberação de endorfina. MITO.
Não há trabalhos científicos que embasem esta afirmação. O importante mesmo, para o bom desenvolvimento do bebê, é a mãe estar com boa saúde, tanto física quanto psicológica. No entanto, é importante salientar que, no último trimestre da gestação, o bebê está mais sensível aos estímulos do meio externo, como sons ou movimentos, por exemplo. E com relação ao sexo dos pais, ele poderá sentir mais estimulação mecânica, da mesma forma que ocorre quando a mãe se locomove nas suas atividades diárias.
Serviço
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