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Dispareunia: quando o sexo dói e se transforma em tormento

Redação Bonde
14 mai 2015 às 12:33
- Reprodução
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A dispareunia é uma condição que faz com que as relações sexuais sejam, de alguma forma, dolorosas para as mulheres. De acordo com o ginecologista Marcelo Mendonça, toda dor genital que ocorre antes, durante ou após a relação sexual pode ser chamada de dispareunia. Ele conta que esta é uma das disfunções sexuais mais comuns em consultórios ginecológicos. Estima-se que o problema afete dois terços das mulheres em alguma fase da vida.

Um estudo publicado em 2008 na revista Menopause, com base em resultados de um questionário anônimo, concluiu que 40% das mulheres sofrem do distúrbio. No entanto, outro relatório, publicado no Scandinavian Journal of Public Health, diz que a dispareunia afeta somente 10% das mulheres.

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Especialistas, no entanto, dizem que determinar o número real de mulheres que experimentam a dor durante o sexo é difícil porque muitas têm vergonha de procurar ajuda.

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Causas

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Pacientes que apresentam o distúrbio relatam dor de média ou alta intensidade que pode acontecer em dois locais, seja na primeira seção do canal vaginal, seja no interior do órgão, durante penetrações mais profundas. A sensação é de ardor, queimadura ou dor aguda.


"As causas podem ser físicas ou psicológicas, portanto, a sua investigação necessita de uma abordagem bastante cuidadosa e ampla, realizada pelo médico. Devem ser avaliadas desde alterações externas como cistos vulvares, aderências, a presença de algum ''anel'' no hímen ou algum problema congênito, como a vagina curta", explica Mendonça. Irritação, infecção, cicatrizes ou ferimentos anteriores também devem ser investigados como possíveis causas.

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A pressa do parceiro durante o ato sexual também pode ocasionar dor á mulher, pois a lubrificação vaginal só acontece depois de algumas preliminares. Nestes casos, o problema pode ser resolvido com uma melhor lubrificação (natural ou artificial) durante a relação sexual.


Mendonça salienta ainda que a endometriose é uma das principais causas de dor vaginal, principalmente a dor profunda, que deve ser investigada e tratada.

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Menopausa e parto


A dispareunia é mais comum em mulheres durante e após a menopausa ou naquelas que foram submetidas a um parto com episiotomia.

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Durante a menopausa, o declínio nos níveis do hormônio feminino estrogênio, que normalmente mantém os tecidos úmidos e saudáveis, pode causar secura vaginal. Além disso, após a menopausa, a vagina não é tão elástica e extensível como antes, sofrendo o que se chama de atrofia vaginal.


Isso acontece porque a diminuição do estrogênio também afeta a proteína do colágeno que ajuda a manter o tecido saudável.

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Outras mulheres podem sentir dor durante a relação sexual em virtude da cicatrização do períneo após a episiotomia. Normalmente, o problema pode ser resolvido através de um procedimento simples ─ conhecido como procedimento de Fenton ─ onde o tecido cicatricial é removido. A técnica é geralmente realizada com anestesia local e a recuperação é rápida, com a paciente deixando o hospital no mesmo dia da cirurgia.


Causas psicológicas

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Fatores psicológicos também contribuem para a dispareunia, e estão relacionados principalmente aos ressentimentos com relação ao parceiro, algum tipo de violência sexual e a pessoas que relacionam o sexo à culpa e vergonha. Uma das causas psicológicas mais comuns é a falta de excitação, o que reduz a lubrificação vaginal ou impede o relaxamento muscular adequado para facilitar a penetração.


"É preciso, contudo, identificar se a dor ocorre em todas as ocasiões do coito ou apenas algumas vezes, e em que circunstâncias ou posições", disse Mariano Rosselló Gayá, especialista em Medicina Sexual do Instituto de Medicina Sexual na Espanha, em entrevista a BBC Brasil.


Gayá lembra que muitas mulheres aguentam essa situação e se resignam, mas logicamente os efeitos a médio prazo sobre a relação e a cumplicidade são devastadores. e destaca: "O homem também sofre porque se sente o causador da dor que sua parceira está sentindo, quando, ironicamente, quer o oposto.

Seja qual for a causa o importante é procurar apoio adequado para cada caso, porque o distúrbio pode transformar a vida sexual das mulheres em um tormento, fazendo com que muitas delas evitem por completo qualquer contato sexual. Por isso, uma consulta com um médico ou psicólogo, o quanto antes, pode até evitar o fim da relação.(Com informações da BBC Brasil e Folhaweb)


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