Dados do IBGE mostram que nos últimos 50 anos a média de filhos por mulher no Brasil caiu de 6,1 para 1,9. Não apenas houve uma redução no número de partos per capita, mas também muitas mulheres decidiram não ter filhos. Hoje, as mulheres que não são mães somam 14% da população, contra 10% em décadas anteriores. As formas de anticoncepção nesses casos, que são de longa duração, devem ser analisadas juntamente com um profissional.
No consultório da ginecologista Maria Letícia Fagundes, de Curitiba, cresce ano a ano o número de pacientes que alegam não querer filhos de forma definitiva, mas que nem por isso devem se submeter a algum tipo de esterilização. "São mulheres jovens, que não querem perder sua condição reprodutiva. Querem, sim, poder controlar essa função, especialmente para poder se dedicar à carreira", explica a médica. Ela salienta que há diversos meios contraceptivos e que só uma avaliação individual vai apontar qual é o mais adequado para cada paciente.
A ginecologista explica as características de cada método:
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Sistemas de longa duração
• DIU – Dispositivo Intrauterino, pode ser colocado em consultório médico e tem longa duração, devendo ser trocado após cinco anos;
• Mirena – Um outro sistema intrauterino e que associa hormônios ao dispositivo. O Mirena atua liberando uma pequena quantidade de hormônio diretamente da parede interna do útero, continuamente por cinco anos;
• Implante subcutâneo – Trata-se de um microbastão de hormônio sintético similar à progesterona, implantado no antebraço (com anestesia local). Inibe a ovulação e dura três anos.
Sistemas transitórios
• Anticoncepcional oral – a base de hormônios, deve ser consumido diariamente, na forma de comprimidos;
• Anticoncepcional transdérmico – selo adesivo, colocado diretamente na pele, no braço, costas ou nádegas. Os hormônios são absorvidos diretamente pela circulação sanguínea, gerando menos efeitos colaterais. Deve ser trocado uma vez por semana;
• Anel vaginal – Anel que contém hormônios e é colocado na vagina, permanecendo nesta posição durante três semana. Deve ser trocado uma vez por mês, pela própria paciente. Evita o risco de esquecimento da pílula diária;
• Injeção anticoncepcional - São injeções intramusculares de hormônios, a serem aplicadas na região glútea. É possível escolher entre os de uso mensal ou trimestral;
• Gel anticoncepcional – está em fase de pré-lançamento nos Estados Unidos, para aplicação diretamente na pele. "Será uma opção interessante a ser analisada", diz Maria Letícia.