Durante a fase fértil, que se inicia a partir da primeira menstruação, a mulher não pode deixar de acompanhar de perto tudo o que acontece em relação à sua saúde íntima. Além das consultas de rotina com o ginecologista, é muito importante que ela se conheça bem para saber identificar possíveis problemas.
Sintomas como sangramentos menstruais mais intensos, cólicas, aumento da frequência urinária, dor durante a relação sexual e aumento do volume abdominal podem ser fortes indícios de um problema que atinge mulheres geralmente a partir dos 35 anos. Trata-se do mioma uterino, um tumor sólido de tecido muscular e caráter benigno que aparece no útero.
O coordenador do Centro de Miomas da Rede D'Or, no Rio de Janeiro, Michel Zelaquette, explica que, apesar de ser benigno, o mioma pode causar infertilidade, especialmente quando localizado na cavidade endometrial ou em situações na qual provoca compressão das trompas. Portanto, quanto antes diagnosticado, melhor.
Mas, somente cerca de 30% das mulheres que tem mioma, apresentam sintomas. A grande maioria não sente absolutamente nada, o que pode levar a um diagnóstico tardio. Por isso é tão importante que a mulher consulte seu ginecologista, no mínimo, uma vez por ano.
Zelaquette esclarece que o diagnóstico é sugerido pelo exame clínico do toque vaginal e confirmado pela ultrassonografia transvaginal ou pélvica. Segundo ele, as causas desse tumor ainda não foram completamente identificadas pela ciência.
"Apesar disso, o que já está comprovado é que existem fatores predisponentes para o seu desenvolvimento, como casos anteriores do problema na família. O mioma é mais frequente entre as mulheres da raça negra e naquelas que nunca tiveram filhos", afirma o especialista. Quem já engravidou ou faz uso de anticoncepcional por longa data também tem menos chances de desenvolver o tumor.
Como tratar
A partir do diagnóstico, o tratamento para o mioma é definido de acordo com cada caso. Nos tumores iniciais, os procedimentos cirúrgicos nem sempre são as únicas alternativas. De acordo com Zelaquette, nesses pacientes que diagnosticaram precocemente, o tratamento medicamentoso pode ser muito eficiente para estabilizar o crescimento do tumor. Mas, para as mulheres com mioma em estágio mais avançado, muitas vezes o melhor tratamento é cirúrgico.
No entanto, há como alternativa à cirurgia um procedimento que se utiliza de ultrassom de altíssima frequência guiado por ressonância magnética. Essas ondas de ultrassom são capazes de provocar a morte do tumor por aquecimento. "O tratamento é contraindicado para miomas muito grandes, com mais de 12 cm, em pacientes com cicatrizes abdominais e nos casos de múltiplos tumores", explica.
Por fim, há também o tratamento por embolização. "Trata-se de um cateterismo da artéria do útero onde são inseridas microesferas que interrompem a vascularização do tumor, provocando sua morte", finaliza. (Fonte: Minha Vida Saúde, Alimentação e Bem-estar)