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Como reconhecer quando a criança está com perda auditiva?

11 jul 2013 às 09:53

Ter a audição normal é um fator importante para o desenvolvimento adequado da fala e linguagem nas crianças. Alterações auditivas, mesmo que pequenas e transitórias, podem estar associadas a distúrbios da fala e do aprendizado – e é preciso muita atenção dos pais para que esse quadro seja tratado desde cedo.

"A estimulação do ouvido é importante também para a interação da criança com o meio. O mecanismo de aquisição da linguagem aparece muito antes de o aparecimento da própria linguagem. A criança já nasce com a capacidade de escutar, e é a partir deste momento que a sua linguagem começa a se desenvolver. A estimulação auditiva é importante para isso", explica Rita de Cássia Cassou Guimarães, otorrinolaringologista e otoneurologista de Curitiba, no Paraná.


A especialista comenta que quanto mais cedo for identificado o tipo de perda auditiva e iniciado o tratamento, menores serão as sequelas. "Para se ter uma idéia do que ocorre ainda hoje, a média mundial de diagnóstico precoce da deficiência auditiva está entre os dezoito e trinta meses, mesmo nos países que adotam programas de detecção precoce desta, o que reforça a importância do 'teste da orelhinha' como triagem auditiva já ao nascimento", ressalta Rita. Ou seja, mesmo os países mais desenvolvidos, ainda estão se adaptando a examinar a audição dos pequenos de forma mais precoce.


Porém, os pais e responsáveis têm um papel essencial em descobrir se a criança possui algum problema auditivo. "Quanto mais atentos e cuidadosos forem os pais, mais cedo a possível deficiência será investigada", explica a médica. As manifestações do problema auditivo variam de acordo com a idade da criança. "Antes dos três anos, por exemplo, as queixas normalmente são ligadas ao atraso no aparecimento da fala. Se a criança realmente tiver algum problema auditivo, esses distúrbios da fala serão evidentes após os três anos," ressalta.


A médica lembra que cada criança desenvolve a fala em seu próprio ritmo, mas alterações grosseiras muitas vezes são interpretadas erroneamente pela família como "peculiaridades da criança" ou como "distúrbios transitórios que desaparecerão com o tempo". "É preciso tomar cuidado com isso, pois, após os seis anos, no período de alfabetização, começam a aparecer os distúrbios do aprendizado" relata.


Existem alguns fatores de risco que podem facilitar o aparecimento de problemas auditivos na criança, como, por exemplo, o histórico familiar – como a presença de doenças hereditárias associada a surdez na família, - as má formações congênitas – sejam elas ligadas ao aparelho auditivo ou outras síndromes envolvendo malformações da face ou sistema nervoso, – infecções congênitas – como rubéola, citomegalovírus, toxoplasmose, sífilis e herpes, - doenças perinatais (como prematuridade, utilização de antibióticos ototóxicos, etc) e pós-natais, como meningite bacteriana e outras doenças neurológicas.


A especialista também lembra que qualquer infecção materna na gestação é considerada um fator de risco, e que, passada essa fase, é preciso manter os cuidados para que a criança não adquira nenhum problema auditivo com o passar do tempo. "Sabe-se que pelo menos 2/3 de todas as crianças apresentam, pelo menos um episódio de otite média até os cinco anos de idade. Portanto, o alerta dos pais deve continuar sempre ligado, e o médico deve ser procurado caso ocorra qualquer problema" conclui Rita.

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