Mulheres com câncer de mama metastático, a fase mais avançada, quando tumores se manifestam em outros órgãos além da mama, não encontram no Sistema Único de Saúde todo o suporte necessário para lutar contra a doença, com medicamentos que vão além da alternativa básica.
O acesso ao tratamento esbarra na ausência de medicamentos modernos e atualizados em relação aos avanços da medicina. Porém, essa situação pode finalmente mudar. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC), órgão do Ministério da Saúde, abriu duas consultas públicas para ouvir a população a respeito da inclusão na rede pública de saúde de alternativa terapêutica para pacientes com câncer de mama metastático do subtipo HER2+, uma variação agressiva do câncer de mama.
A terapia, considerada o padrão ouro da oncologia, é composta pelos medicamentos trastuzumabe e pertuzumabe utilizados de forma combinada. De acordo com o estudo Cleopatra (2013), esses medicamentos juntos podem promover até 56,5 meses a mais de vida às pacientes.
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Atualmente, essas substâncias já são oferecidas para pacientes que dispõem de convênios de saúde. Na rede pública, o trastuzumabe, um dos medicamentos que compõem a combinação analisada, é hoje ofertado apenas para pacientes com câncer de mama em estágios inicial e localmente avançado, ou seja, antes de surgirem metástases.
Frente aos pedidos de incorporação da terapia combinada, a CONITEC abriu duas consultas públicas distintas. Uma, com parecer favorável à inclusão, referente apenas ao trastuzumabe, revendo uma postura anterior, uma vez que essa incorporação já foi negada para pacientes com câncer de mama metastática no passado, e outra, com parecer desfavorável, referente à inclusão da terapia combinada, sobre a inclusão dos dois tratamentos.
O objetivo das consultas é ouvir pacientes, familiares, amigos, cuidadores, profissionais de saúde, integrantes de ONGs, entre outras pessoas que convivem com o câncer de mama, para que emitam opiniões.
Nesse contexto, para fomentar o debate e contribuir para que as pacientes possam ter acesso igualitário aos tratamentos e a oportunidade de controlar a doença por mais tempo, a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA) lança a campanha #PacientesNoControle.
No momento em que uma mudança expressiva no cenário do acesso a tratamentos pode se concretizar, a FEMAMA incentiva que pacientes, familiares, cuidadores, profissionais de saúde e do terceiro setor participem dessa decisão, engajando-se com o tema e contribuindo com a Consulta Pública.
A iniciativa pretende lançar luz sobre esse grande problema da saúde pública e levantar o debate em diversos setores da sociedade, via redes sociais, portais e blogs, utilizando a hashtag #PacientesNoControle. Seguindo a linha do advocacy, a Federação acredita que quanto mais o assunto for abordado maior será a pressão pública para mudar o cenário ao qual as pacientes são expostas ao lutar contra o câncer.
Acesse o site da campanha para obter mais informações que evidenciam como as pacientes são afetadas pessoal, emocional, social e economicamente pela doença, a importância da inclusão do tratamento avaliado na rede pública de saúde, bem como esclarecimentos sobre o funcionamento da consulta pública.
A campanha também promove uma pesquisa destinada a mulheres que vivem com câncer de mama metastático, usuárias ou não da terapia analisada, sobre o impacto da doença e do tratamento em suas vidas.
As respostas, que serão anônimas, serão compiladas em um documento único a ser entregue à CONITEC para contribuir com a avaliação. Essa pesquisa conta com o apoio do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer. Se você for paciente com câncer de mama metastático, participe da pesquisa aqui.