Cem anos depois da primeira tentativa de se institucionalizar o direito ao voto feminino, as mulheres se tornaram a maioria entre os eleitores do país, representando 52% dos votantes. Apesar disso, a representação política da mulher não acompanha essa proporção.
Nas câmaras municipais de todo o país, das mais de 60 mil cadeiras, apenas 13,5% são ocupadas por mulheres, enquanto 12% das cidades têm uma mulher à frente do Executivo. Nas Assembleias Legislativas dos estados, a representatividade feminina fica em 11,4%, enquanto no legislativo federal esse índice é de 10%.
Nos executivos estaduais, a participação das mulheres é ainda menor: apenas 3,7% dos estados da federação são governados por mulheres. Estes números colocam o Brasil entre os piores países do mundo em questão de representatividade política das mulheres - o país ocupa a 124ª posição em 145 nações avaliadas pela Inter-Parlamentary Union, órgão que avalia a representatividade das democracias em todo o mundo.