Uma história de superação e fé é o que o leitor encontrará nas páginas do livro "Lata D'água na cabeça – Da passarela ao Sacrário", um lançamento da biografia de Maria MErcedes Roy.
A mulher de 83 anos inspirou a marchinha carnavalesca "Lata d’água na cabeça", de Luís Antonio e Jota Júnior, em 1952.
A partir de uma linguagem simples e atraente, o livro traz a história da ex-passista nascida em Diamantina (MG) que, na infância, acompanhada pela mãe, pegava água numa bica para suprir a necessidade da família.
Aos 11 anos, ela foi morar no Rio de Janeiro (RJ), onde dos 13 aos 16 anos foi menina de rua. Começou a beber e até os 33 anos viveu na prostituição.
Ícone do carnaval carioca, sambou pela primeira vez com uma lata cheia de água (20 litros) na cabeça aos 18 anos. "Na avenida, saía dançando apenas nas pontas dos dedos. Ajoelhava e sentava no chão, esticava as pernas, sentava nos pés, como uma bailarina, equilibrando a lata apenas com o pescoço.
Não deixava cair nenhuma gota de água para fora!", conta Maria, que desfilou por 45 anos na Sapucaí pelas escolas Salgueiro, Portela, Estácio de Sá, Padre Miguel e Beija-Flor, e fez turnê por toda a Europa.
O livro também reúne fotos inéditas da carreira artística de Maria Lata D'água, e de momentos importantes da sua vida, como seu casamento com um conde suíço, e seu trabalho como missionária católica
Com a mesma alegria da avenida, ela passou a ser uma "sambista de Deus", como diz: "Na escola de samba, eu carregava água pura na lata. Hoje, levo a Água Viva, a Palavra de Deus, e o terço". Hoje, em Cachoeira Paulista (SP), Maria é ministra extraordinária da comunhão.