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Fique atenta!

Anticoncepcional também tem contraindicações; saiba quando o método deve ser descartado

Redação Bonde
20 out 2014 às 08:19
- Reprodução
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"A pílula anticoncepcional é o medicamento mais estudado no mundo", afirma o ginecologista Hugo Miyahira, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Isso porque ela é usada por milhões de mulheres anos a fio e afeta todos os órgãos com receptores hormonais. Seu uso previne não só a gravidez como ainda garante um ciclo menstrual regular.

A evolução do método atingiu seu ponto mais alto com a combinação de dois hormônios, o estrógeno e o progestágeno (a pílula combinada), em níveis baixíssimos e mais eficazes do que nunca, mas, como todo medicamento, ela possui efeitos colaterais. Por isso, hábitos de vida, condições de saúde e histórico familiar de doenças são determinantes na adoção ou não da pílula. Em caso negativo, outros métodos podem ser usados sem riscos à saúde feminina. Confira abaixo quando a pílula combinada é contraindicada:

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"A associação da pílula com o cigarro, especialmente por mulheres acima dos 35 anos, eleva - e muito - o risco de doenças cardiovasculares", explica Miyahira. Diversos estudos mostram que as substâncias do cigarro afetam as funções do sistema vascular arterial, mesmo quando a fumaça já não está mais no ar. Isso porque essas substâncias continuam circulando no corpo, favorecendo o acúmulo de placas de gordura e colesterol nas artérias, problema conhecido como aterosclerose. Some isso ao fato de que a pílula combinada favorece a coagulação do sangue e o resultado pode ser desastroso, levando a um AVC, infarto ou trombose.

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Hipertensão


A hipertensão costuma apresentar sintomas apenas em estágio muito avançado e, por isso, é fundamental medir a pressão arterial da mulher antes de recomendar o uso de uma pílula anticoncepcional.

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Segundo o ginecologista e obstetra Pedro Awada, do Hospital e Maternidade Brasil, mulheres hipertensas apresentam risco elevado de doenças cardiovasculares. Esta condição faz com que o coração fique hipertrofiado devido ao grande esforço para bombear o sangue nas artérias, que, com o tempo, perdem a elasticidade, ficando suscetíveis a entupimento e rompimento. Junto com a pílula, a probabilidade de sofrer um AVC ou outros problemas ligados aos vasos sanguíneos, como a trombose, é muito maior.


Trombose

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A trombose é decorrente de três fatores principais: lesões nos vasos sanguíneos, propensão a formar coágulos e diminuição da velocidade da circulação. "Como a pílula favorece a formação de coágulos, seu uso é proibido para mulheres que já sofreram o problema ou apresentam histórico de trombose na família", explica a ginecologista e obstetra Bárbara Murayama, diretora da clínica Gergin, em São Paulo. O trombo geralmente se forma em uma veia localizada nas pernas, mas ele pode se desprender e subir para os pulmões, causando embolia pulmonar, colocando a vida da mulher em risco.


Lúpus

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"O lúpus é uma doença autoimune extremamente complexa que afeta, inclusive, os vasos sanguíneos", afirma o ginecologista Hugo Miyahira. Além disso, a doença também pode estar relacionada a anticorpos que favorecem a coagulação sanguínea e, portanto, a formação de trombos. Neste caso, a associação com a pílula combinada eleva o risco de AVC, infarto e trombose.


Obesidade

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A mulher obesa tem um risco maior de sofrer eventos cardíacos e, em geral, ainda é vítima de problemas como colesterol alto e hipertensão, aponta o Miyahira.


Segundo o especialista, o tecido adiposo em excesso produz mais de 15 substâncias que interferem no funcionamento do organismo como um todo, inclusive nos níveis hormonais. Assim, o caso precisa ser bem avaliado para determinar o custo benefício do uso desse método anticoncepcional. Em alguns casos, apenas a exclusão do estrogênio, que exerce maior influência na coagulação, pode ser eficaz.

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Doenças hepáticas


"Todo medicamento utilizado via oral é metabolizado no fígado", explica a ginecologista Bárbara. Por isso, se a pessoa apresenta lesões hepáticas, como hepatite e cirrose, o uso da pílula pode ser contraindicado por sobrecarregar o órgão. Além disso, mesmo com o uso do contraceptivo é possível que aconteçam irregularidades menstruais. "O hormônio não metabolizado não inibe a produção de hormônios pelo ovário, o que não diminui a efetividade do medicamento, mas pode desregular os níveis hormonais do corpo", complementa o Hugo Miyahira.


Tumores hormônio-dependentes


Alguns cânceres, como o câncer de mama, têm receptores hormonais. Em outras palavras, eles são hormônio-sensíveis, podendo ter seu desenvolvimento estimulado pelos níveis hormonais no organismo. "Isso significa que indicar o uso de uma pílula pode agravar a situação do tumor", explica o ginecologista Pedro Awada. Como tumores costumam apresentar sintomas apenas em estágio avançado, exames de detecção preventivos são fundamentais para não deixar que o problema se agrave.


Varizes


"Varizes por si só já denunciam uma mulher com problemas de circulação sanguínea", alerta a ginecologista Bárbara. Dilatadas e deformadas, as veias indicam que o sangue não está conseguindo seguir seu curso normal, favorecendo, assim, a formação de coágulos. Durante a consulta, portanto, deve ser avaliado se o problema é isolado ou se ainda está associado a outros fatores de risco para problemas cardiovasculares, como a obesidade. Por isso, o uso da pílula combinada nem sempre é seguro.


Fator V de Leiden

"O Fator V de Leiden é uma mutação genética que pode aumentar em até 100% o risco de a mulher sofrer um evento cardiovascular", explica a ginecologista Bárbara. A variação interfere diretamente na coagulação do sangue e pode ser identificada pelos laboratórios em mais uma etapa do teste de papanicolau. De acordo com a especialista, a ação do Fator V de Leiden se dá junto às plaquetas, que podem aglutinar e formar um trombo. Identificado o problema, devem ser pensados outros métodos contraceptivos. (Fonte: Minha Vida)


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