A ginecomastia é uma condição masculina resultante da hipertrofia das glândulas mamárias; muitos homens são acometidos, mas, talvez, são poucos os que sabem realmente do que se trata.
Hereditária, causada por alterações hormonais ou ainda pelo uso de determinadas substâncias, como anabolizantes, a doença atinge entre 30% e 40% dos adolescentes e, na maioria dos casos, tem regressão espontânea até atingirem a fase adulta. De acordo com Alieksiéi Carrijo, médico especialista em cirurgia plástica, o que mais preocupa é o aumento dos casos de ginecomastia entre frequentadores assíduos das academias. Nesses casos, a cirurgia plástica acena como único tratamento – além da suspensão imediata do consumo de anabolizantes.
Na opinião do médico, a quantidade de homens – jovens ou não – que se deixam levar pelas ‘dicas de academia’ e passam a aderir aos suplementos alimentares para ganho rápido de massa muscular e aos anabolizantes, vem crescendo rapidamente. "Por mais que o surgimento de seios crie um constrangimento e abale a autoestima do usuário, há efeitos colaterais ainda piores que a ginecomastia, como um risco aumentado para doenças do coração, do fígado e impotência. Além disso, há casos de agravamento da acne e outros em que a calvície é acentuada. Tudo em decorrência dos anabolizantes", alerta.
Carrijo afirma ainda que a ginecomastia pode ser classificada em três tipos: gordurosa (quando há acúmulo de gordura na região peitoral, normalmente associada à obesidade), glandular (quando há aumento da glândula mamária masculina) e mista. "Quando gordurosa, a ginecomastia pode ser tratada com uma lipoaspiração. Na glandular, fazemos uma pequena incisão em forma de meia-lua em torno da aréola e retiramos o tecido excedente com laser. Já em casos mistos, que são os mais comuns, associamos os dois procedimentos para alcançar melhores resultados."
A cirurgia de ginecomastia é simples. Após exames de avaliação e checagem geral, o paciente deve seguir as orientações do médico que incluem a suspensão do consumo de qualquer droga que potencialize o problema, perda de peso, suspensão de determinados medicamentos (como aspirinas e anti-inflamatórios que promovam maior sangramento) e abandono do cigarro. As recomendações podem variar de paciente para paciente e de caso para caso; a anestesia é local com sedação ou anestesia geral – dependendo da vontade do paciente e do tamanho da cirurgia a ser realizada. O procedimento leva cerca de uma hora.
Após isso é necessário seguir determinados cuidados pós-operatórios por quinze dias, usar malha elástica e passar por sessões de drenagem linfática. "Os resultados são excelentes", assegura Carrijo.