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Os melhores do ano nos quadrinhos

29 dez 2005 às 11:00
O ousado "Tentação à Italiana" não é necessariamente nacional, mas teve a pesquisa e os ótimos textos do jornalista Gonçalo Júnior - Reprodução
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Curitiba - Chegou a hora das famosas listinhas de final de ano! Como todo mundo faz retrospectiva, este espaço destinado especialmente à Nona Arte todas as semanas não poderia deixar de escolher o que de melhor passou por aqui em 2005. Então, sem perder mais tempo, comecemos com o material internacional editado no Brasil:

5º lugar - Crise de Identidade (Panini Comics): Todo mundo adora dizer que super-heróis habitam o universo do quadrinho quase acéfalo. Não é bem assim e prova disso é a minissérie do romancista Brad Meltzer e do ilustrador Rag Morales. A história não só trouxe os heróis para uma esfera realista e sombria como foi o ponto de partida de toda reformulação do universo DC Comics. Uma prova que existe vida inteligente entre os vigilantes multicoloridos.

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4º lugar - Sin City, O Assassino Amarelo (Devir Livraria): A história já havia sido lançada anos atrás mas finalmente chegou com um acabamento digno da trama de Frank Miller, que trouxe à tona o ambiente noir das pulp-fictions, não somente aos quadrinhos mas também ao cinema e à toda cultura pop. Diga-se de passagem, a menção da obra serve também como reconhecimento ao bom trabalho da Devir na edição dos outros álbuns de Sin City durante o ano.

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3º lugar - Love And Rockets, Sopa de Gran Peña (Via Lettera): O trabalho dos irmãos Hernandez é sempre bem-vindo no Brasil, especialmente porque muito da esfera ''chicana'' retratada em suas obras encaixam-se muito bem na realidade tupiniquim. Além disso, a simplicidade e eficiência são verdadeiras aulas de narrativa, seja no estilo rock'n'roll de Jaime ou no engajado de Gilbert. Esperamos mais em 2006, quem sabe ''Locas'' na íntegra?

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2º lugar - Maus (Companhia das Letras): O relato verdadeiro, profundo e comovente de um sobrevivente da perseguição de Hitler aos judeus finalmente chegou às prateleiras nacionais em nova edição, depois de mais de dez anos de espera. E o olhar atento do sempre crítico Art Spiegelman, vencedor de um Prêmio Pulitzer, desta vez chega em um livro que compila os dois volumes, anteriormente encontrados só em sebos obscuros. Imperdível.


1º lugar - Sandman, Prelúdios e Noturnos (Conrad Editora): A melhor revista seriada de todos os tempos finalmente teve a regularidade de lançamentos que todos queriam e acabamento de luxo. Tem Morpheus, tem Morte, John Constantine, os Perpétuos, mitologia, horror gótico, Shakespeare, sonhos e reflexões, além de uma introdução exclusiva de Neil Gaiman especialmente para os brasileiros. Precisa dizer mais? Não.

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E agora, os cinco mais belos trabalhos dos artistas nacionais em 2005. Afinal de contas, é de se comemorar o fato que as editoras e os próprios quadrinhistas nacionais têm aparecido com mais frequência nas lojas.


5º lugar - Rolando (Via Lettera): O trabalho dos gêmeos e Moon ainda está ''verde'' aqui, mas, juntamente com o bom roteiro de Shane Amaya, não deixa de ser uma das ótimas publicações a partir do artistas brasileiros. Especialmente por se tratar de um tipo de história não muito comum no mercado nacional, mas que acabou caindo no gosto popular.

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4º lugar - Mariposa (Conrad Editora): Tem gente que não gosta mas o fato é que pouca coisa na trajetória do quadrinho nacional é tão autêntica quanto o material de Marcatti. Se você trancar Robert Crumb em um asilo de depravados debaixo do esgoto, pode extrair coisa parecida com o que o autor brasileiro faz, e a cada dia melhor. A escatologia aqui trata-se de um simples caminho para chegar no lado sombrio que todo mundo tenta esconder. Mas que Marcatti adora mostrar.


3º lugar - Hans Staden, Um Aventureiro no Mundo Novo (Conrad Editora): Como é que um quadrinhista brasileiro veterano, premiado lá fora e dono de traços e narrativa tão bons, a ponto de dividir trabalho com Hugo Pratt, não havia sido lançado em território nacional? Ainda mais com uma história tão nossa, como a da chegada do alemão Hans Staden ao Brasil colonial? A resposta veio em forma do ótimo álbum de Jô Oliveira, finalmente disponível em lojas tupiniquins.

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2º lugar - Tentação à Italiana (Opera Graphica): Não é exatamente uma história em quadrinhos e também trata-se de material estrangeiro. Mas os excelentes pesquisa e textos do jornalista Gonçalo Júnior, ao lado de belíssimas ilustrações dos mestres Guido Crepax, Milo Manara e Eleuteri Serpieri compõem um verdadeiro épico, em uma edição ousada para o padrão nacional, com acabamento de luxo, impecável.


1º lugar - Bang Bang (Devir Livraria): Há muito tempo o Brasil precisava ver sangue novo no mercado, até porque o talento nacional acaba escondido em fanzines, revistas independentes, gavetas ou nos super-heróis Marvel e DC Comics. E aqui está uma bela amostra do nosso potencial para os próximos anos. Já viu o trabalho de Grampá? Clayton Júnior? Cobiaco? Então corra, ainda dá tempo antes de 2006 começar de verdade. É isso aí, a coluna volta no ano que vem, ou melhor na próxima semana. Boas festas e muitos quadrinhos à todos os leitores.


Todas as publicações citadas acima podem ser encontradas em Curitiba na Itiban Comic Shop: Av. Silva Jardim, 845. Fone: (41) 3232-5367.

Música+Quadrinhos: Hank Williams+Bang Bang


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