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O Bastardo Amarelo está a solta

10 abr 2003 às 19:41
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Corrupção, medo, crimes passionais, caras durões, mulheres fatais e extremamente sensuais. O clima noir esfumaçado e sufocado numa mistura de cigarro e perfume barato. Sin City, a criação máxima do quadrinhista norte-americano Frank Miller, reúne todas essas características e volta este mês às prateleiras tupiniquins com Sin City: O Assassino Amarelo (That Yellow Bastard, 1997).

Nesta edição, Miller narra a história do policial osso-duro-de-roer John Hartigan que parte em sua cruzada para proteger a jovem Nancy de um serial killer. O criminoso, como não poderia deixar de ser em Sin City, tem laços muitos fortes com o alto escalão e vai usar todas as armas para tentar corromper o honesto oficial da lei. E aí é que a tarefa de Hartigan começa a ficar mais difícil.

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Frank Miller ficou conhecido nos anos 80 e 90 por obras como Batman: O Cavaleiro das Trevas, 300 de Esparta e também de uma das melhores fases dos personagens Wolverine e Demolidor. Mas é em Sin City que Miller deixa sua verdadeira marca: uma pulp fiction em um universo em que não há mocinho ou bandido. A cidade (na verdade a real protagonista de todas as histórias) é quem julga seus moradores em uma disputa pelo poder em que prevalece a lei do mais forte.

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Seu estilo inconfudível mistura uma boa narrativa baseada na precisão cinematográfica no corte das cenas e o talento com que lida com sombra e luz em seus quadros. A arte-final estilizada abusa das técnicas com pincéis e nanquim em preto-e-branco e dá a Sin City os contornos gráficos necessários para a caracterização noir.

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O destaque para esta edição fica por conta de como Miller amarra a cronologia dos personagens apresentados ao longo da série. Sin City não segue exatamente uma ordem, mas nessa edição o autor começa mostrar a vida de todas as suas criaturas por ângulos diferentes. Ele ainda faz uma homenagem ao Yellow Kid, de Richard Felton Outcault, tido como o primeiro personagem norte-americano das histórias em quadrinhos.


Para isso, em meio ao preto-e-branco da revista, Miller pinta de amarelo um dos protagonistas, reproduzindo o erro gráfico em que o diário The New York World batizou Yellow Kid em 1895.


A edição nacional, trazida pela editora Pandora Books, ganha pontos positivos pela boa tradução, mas perde pelo acabamento gráfico. As capas que envolvem as 218 páginas da publicação são muito finas e fáceis de estragar durante o manuseio e as páginas internas deixa "vazar" as ilustrações, o que compromete a leitura. Pequenos detalhes, facilmente notados por quem desembolsa R$ 34,90.

Música+Quadrinhos: Portishead+Sin City: O Assassino Amarelo


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